O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou nesta quinta-feira (18) sua expectativa de que o Senado Federal analise e aprove a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa vaga foi aberta com a aposentadoria antecipada do ex-ministro Luís Roberto Barroso, e a votação deve ocorrer apenas no próximo ano, após o recesso parlamentar.
A expectativa de Lula e a ausência de votação neste ano
Durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, Lula destacou que seu objetivo é que toda a documentação de Jorge Messias seja encaminhada ao Senado assim que o Congresso voltar de suas férias. “Vou encaminhar a papelada toda do [Jorge] Messias. Eu sei que não será mais votado este ano, a gente vai ter que esperar a volta do Congresso Nacional. O Poder Judiciário vai entrar de férias, o Congresso vai entrar de férias, só quem não vai entrar de férias sou eu”, afirmou o presidente.
Lula aproveitou a ocasião para comentar sobre a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao cargo de ministro do STF, que foi uma conversa previamente estabelecida entre ele e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O presidente classificou como legítima a intenção de Alcolumbre, mas destacou seu desejo de que Pacheco se tornasse candidato ao governo de Minas Gerais. “O Senado queria indicar o companheiro Pacheco, que é um companheiro que tem muito mérito. Eu sonhei em fazer o ser candidato para ganhar as eleições de Minas Gerais e ser governador”, disse Lula.
A confusão gerada pela aposentadoria de Barroso
A aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso foi encarada por Lula como uma “confusão” nos planos de indicação. O presidente explicou que a mudança de cenário exigiu uma recalibração nas escolhas do Senado. “Não estava previsto, mas aconteceu um imprevisto. O Barroso pediu as contas do tribunal e se aposentou. Então, o companheiro Pacheco mudou de posição [sobre ser candidato a governador]”, comentou Lula.
De acordo com o presidente, apesar das incertezas geradas pela aposentadoria de Barroso, sua escolha por Jorge Messias permanece firme. Lula o descreveu como “uma pessoa altamente capacitada na relação com a Suprema Corte”, destacando que sua nomeação seria um “motivo de orgulho” para o Brasil.
Relações com o Congresso: confiança e diálogo
Em sua fala, Lula também enfatizou a boa relação que mantém com a cúpula do Congresso Nacional, negando qualquer crise com líderes como Davi Alcolumbre e Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados. “Não tem nada pessoal entre eu e o companheiro Alcolumbre. Eu sou amigo do Alcolumbre, gosto pessoalmente dele. Ele tem nos ajudado de forma extraordinária a aprovar grande parte das coisas que a gente quer aprovar”, destacou o presidente.
Essa mensagem de colaboração foi reforçada quando Lula comentou sobre a importância de se manter um bom diálogo com os líderes do legislativo, ressaltando que é com eles que seus ministros frequentemente se reúnem para discutir pautas essenciais para o governo.
A nomeação de Jorge Messias representa um passo importante na formação do STF durante a gestão Lula, e sua aprovação pela bancada do Senado será monitorada de perto, principalmente no contexto das mudanças políticas que o país está enfrentando e das expectativas que se criaram em torno do novo ministro.
O presidente concluiu seu discurso reafirmando a esperança de que, uma vez reaberto o Congresso, haja um compromisso em relação à votação e escolha de Jorge Messias, reforçando a confiança no seu desempenho no STF.
Com a expectativa elevada e o cenário político em constante mudança, é certo que a indicação de Messias se tornará um ponto central nas discussões políticas de 2026.



