Durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não há possibilidade de privatizar os Correios enquanto estiver no cargo. Ele afirmou que as dificuldades financeiras da estatal podem estar relacionadas a uma gestão equivocada.
Crise financeira e ações do governo
Os Correios registraram prejuízo de R$ 633 milhões em 2023 e passaram para um déficit de R$ 2,6 bilhões em 2024. Até setembro de 2025, o órgão acumulou um rombo de R$ 6 bilhões e a previsão é fechar o ano com resultado negativo de R$ 10 bilhões. O governo discute um plano de socorro à estatal, incluindo aporte de recursos ou empréstimos bancários garantidos pelo Tesouro, para evitar o colapso financeiro.
Declarações de Lula e mudanças na gestão
O presidente esclareceu que, enquanto estiver na presidência, a privatização não será uma alternativa. “Pode ter construção junto com empresas. Enquanto eu estiver na presidência, privatização dessas empresas não vai acontecer. Pode ter parceria, economia mista, mas privatização não”, afirmou. Lula lamentou a crise, destacando a importância dos Correios para o país e anunciou mudanças na gestão, incluindo a troca do presidente da estatal e a nomeação de profissionais com mais expertise.
Planos de reestruturação e financiamento
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), revelou que uma proposta de empréstimo de até R$ 12 bilhões aos Correios está em análise. A avaliação, que deve ser concluída até esta sexta-feira (19), inclui negociações com um pool de bancos interessados em participar do financiamento, atendendo ao teto de juros de 120% do CDI estabelecido pelo Tesouro. Além disso, o plano de reestruturação apresentado em novembro inclui medidas como a demissão voluntária de 15 mil funcionários, venda de imóveis e empréstimo de R$ 20 bilhões.
Perspectivas para o futuro
A expectativa é que a proposta de empréstimo seja aprovada ainda nesta semana para garantir o pagamento de funcionários e fornecedores. O valor final deve ser menor do que R$ 20 bilhões inicialmente previstos, ficando em torno de R$ 12 bilhões. Segundo Haddad, a reestruturação visa fortalecer a estatal e evitar que o quadro de prejuízos se agrave, reforçando o compromisso do governo com a manutenção dos Correios como empresa pública.


