A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, pediu um mês adicional para tentar viabilizar a aprovação do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, enquanto interesses internos seguem resistindo à assinatura final. Essa postergação é vista com otimismo por alguns analistas, que acreditam que há chances de avanço no processo.
Importância do voto de Meloni na aprovação do acordo
Segundo informações obtidas através do blog de Miriam Leite no Globo, a posição da Itália, atualmente sob governo de Meloni, funciona como voto de minerva na decisão do Conselho da UE. Para aprovar o pacto, é necessário obter o apoio de 65% dos países membros e de pelo menos 55% da população europeia, o que torna a resistência de países populosos, como França, Polônia e Itália, um obstáculo considerável.
O papel de Meloni nas negociações e o impacto do pedido de adiamento
Especialistas avaliam positivamente o esforço de Meloni, que tem interesse pessoal na assinatura do acordo. Ela busca criar estratégias de compensação para setores agropecuários italianos que percebAm perder competitividade com o pacto. Em entrevista, o presidente Lula revelou ter conversado com Meloni, que pediu mais tempo, prometendo que, caso o prazo seja concedido, a Itália apoiará o acordo.
Para a analista Paz, o pedido de adiamento demonstra que há disposição da Itália em apoiar o processo, diferentemente do que ocorreu com a França e Macron. “O fato de Meloni solicitar mais tempo mostra que ela está investindo na questão, o que aumenta as chances de o acordo sair do papel”, avalia Paz.
Posição do Brasil e do Mercosul nas negociações
Segundo Paz, o Brasil e os países do Mercosul já cederam bastante em relação às condições iniciais do acordo. Ela destaca que o cenário internacional atual favorece a concretização do pacto, com concessões já feitas, inclusive na redução de mecanismos de fiscalização e sanções, que passaram de 10% para 5% de variação de fluxo comercial permitido antes de suspender benefícios.
O especialista acrescenta que, com o apoio da maioria dos países na UE, a assinatura deve ocorrer ainda no primeiro trimestre de 2026, com a ratificação nos parlamentos nacionais sendo o próximo grande desafio. Apesar do otimismo, Paz lembra que o caminho até a assinatura final ainda terá obstáculos políticos e que o custo de não ratificar o acordo é alto para os países membros.
Perspectivas e desafios futuros
Segundo projeções, a assinatura do acordo no Parlamento Europeu deve acontecer em janeiro, mas a ratificação nos parlamentos nacionais pode ser a etapa mais difícil, devido às complexidades políticas internas. Nelson Paz reforça que, apesar dos riscos, o momento atual é favorável para o avanço do tratado, com o apoio político crescendo na União Europeia.
Para mais detalhes, confira a reportagem completa no blog de Miriam Leite.


