Em meio a um ambiente legislativo tenso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), admitiu que a Casa enfrentou um ano desafiador em 2025, com crises que abalaram a autoridade do seu comando. Durante uma reunião com líderes, Motta destacou a sensação de que a Câmara foi “machucada”, refletindo a pressão política que sente tanto da oposição quanto de aliados.
A pressão sobre a liderança de Motta
Na reunião, ele mencionou que todos os deputados lidaram com reveses, provocando uma onda de solidariedade de seus apoiadores, que elogiaram sua condução durante situações adversas. Entretanto, em avaliações mais reservadas, surgem críticas tanto de governistas quanto de oposicionistas. Parlamentares começam a questionar a capacidade de Motta de liderar de forma eficaz, estabelecendo paralelos com seu antecessor, Arthur Lira.
Críticas e tentativas de distensão
Durante a última fase do ano legislativo, o deputado também enfrentou críticas pela forma como tem conduzido determinados projetos. Embora tenha se esforçado para manter um equilíbrio entre as demandas do governo do PT e do PL, partido de Jair Bolsonaro, esse movimento gerou desgaste em ambos os lados. A insatisfação se intensificou após a não cassação de mandatos de certos deputados e pela aprovação de leis controversas, o que alimentou a desconfiança tanto do governo quanto da oposição.
Reações e movimentos estratégicos
Na semana passada, Motta ouviu críticas de todas as partes do espectro político, com enfatizações de opositores sobre a perda de confiança em sua gestão. Tentativas de reforçar sua posição por meio de gestos conciliatórios, como a aprovação de matérias significativas para o Executivo, são vistas como tentativas de restaurar sua autoridade e garantir a governabilidade.
Perspectivas para 2026
Os aliados de Motta acreditam que ainda há tempo para que ele reconstrua sua relação com o Executivo e o Supremo Tribunal Federal (STF). Destacam seu perfil conciliatório e a disposição de buscar um diálogo aberto, especialmente em um momento onde o governo federal também busca estabilizar a situação política antes do recesso parlamentar. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou seu apoio a Motta, enfatizando a importância da colaboração entre os Poderes, especialmente para projetos prioritários.
Próximos passos e desafios
Com um bloco parlamentar robusto que garante a governabilidade, a expectativa é de que as discussões sobre segurança pública e reformas essenciais sejam priorizadas no retorno do recesso. Ao focar em uma pauta positiva, Motta pretende não apenas recuperar sua imagem, mas também posicionar a Câmara de forma mais próxima ao governo, garantindo a aprovação de projetos importantes.
Por outro lado, internamente, cresce a necessidade de que ele tome uma posição clara nas disputas políticas de 2026. A orientação de muitos aliados é que Motta deve consolidar um posicionamento que o afastem da indecisão, permitindo uma integração mais efetiva com o centro político, crucial para a estabilidade do seu governo ao longo do próximo ano.
Com um ano tumultuado atrás dele, Hugo Motta enfrenta o desafio de não apenas reafirmar sua autoridade, mas também de garantir a confiança de deputados e da população, na busca de um ambiente político menos conflituoso e mais colaborativo.



