Na última quinta-feira, dia 18, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu pela manutenção da prisão de Cristiano Rodrigues Kellermann, após a audiência de custódia onde a prisão em flagrante foi convertida em preventiva. O caso, que ganhou repercussão midiática, envolve a atriz Isis Valverde, que se tornou alvo de perseguição e ameaças por parte de Kellermann ao longo de mais de 20 anos.
A perseguição e a insegurança de Isis Valverde
Cristiano foi preso no dia 17 de dezembro no condomínio onde a atriz reside, localizado no Joá, na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro. Naquele momento, Isis estava ausente, em São Paulo, mas foi informada sobre a prisão e expressou seu profundo abalo emocional. Em depoimento, ela relatou que a “reiterada perseguição lhe provocou sentimentos de medo, insegurança e ameaça”, destacando a preocupação não apenas com sua própria integridade, mas também com a segurança de seus familiares.
A juíza responsável pelo caso, Beatriz de Oliveira Monteiro Marques, da 29ª Vara Criminal da Comarca da Capital, avaliou que há evidências suficientes para considerar Kellermann um risco para a atriz caso ele fosse liberado. A decisão judicial enfatizó que a integridade psicológica de Isis estava em perigo devido ao comportamento obsessivo do réu.
Comportamento obsessivo e o papel da polícia
De acordo com informações da Polícia Civil, desde janeiro deste ano, Cristiano começou a apresentar um comportamento invasivo e obsessivo em relação à atriz. Em razão de suas ações, Isis se sentiu obrigada a procurar as autoridades, levando à abertura de um inquérito para investigar o caso. O homem, que tem 43 anos e é natural do Rio Grande do Sul, costumava viajar para o Rio de Janeiro especificamente para perseguir a atriz.
A investigação revelou que ele se hospedava em hotéis da cidade e utilizava serviços de transporte por aplicativo para acompanhar a rotina de Isis. Muito além disso, Kellermann foi flagrado contratando um detetive particular na tentativa de obter informações pessoais sensíveis da atriz, incluindo seu endereço e número de telefone.
Reconhecimento do stalker e repercussão do caso
Em depoimento à polícia, Cristiano admitiu ter perseguido Isis Valverde por mais de 20 anos e relatou várias tentativas de aproximação em diferentes locais, incluindo ambientes relacionados à carreira profissional dela. Ele alegou estar “apaixonado” pela atriz, embora sua obsessão tenha gerado um ambiente de temor e insegurança que afetou não apenas Isis, mas também sua família.
Vale ressaltar que esta não foi a primeira vez que ele se aproximou do condomínio de Isis. O suspeito já havia ido ao local pelo menos três vezes, e em uma das ocasiões, a polícia foi acionada, mas ele já havia fugido antes da chegada dos agentes. Este padrão de comportamento levanta sérias questões sobre a segurança das pessoas públicas e a necessidade de um sistema de proteção mais robusto para vítimas de stalking.
Reação da atriz e desdobramentos do caso
Após a confirmação da prisão de Cristiano, Isis Valverde se pronunciou em suas redes sociais, agradecendo ao trabalho das autoridades, especialmente pela Delegacia Antissequestro (DAS), pela rápida intervenção. Ela enfatizou que a segurança de sua família e de todos ao seu redor é sua prioridade.
“Fui informada sobre a prisão de um homem que vinha me perseguindo há anos. Agradeço o trabalho das autoridades pela rápida intervenção. Minha prioridade é a segurança da minha família e de todos ao meu redor”, declarou a atriz.
O caso de Isis Valverde reabre o debate sobre a vulnerabilidade de celebridades à violência e ao stalking, além de destacar a necessidade de legislação mais rigorosa e atenção às questões de saúde mental que envolvem não apenas as vítimas, mas também os agressores.
À medida que a investigação se desenrola e o caso avança pela Justiça, a sociedade observa não apenas a luta da atriz por segurança, mas também o enfrentamento de um problema mais amplo que atinge muitas pessoas que sofrem em silêncio com esse tipo de violência.
O desfecho deste caso será um importante marco na discussão sobre a proteção de vítimas de stalking e a responsabilidade do sistema judicial em garantir sua segurança.
