Em 2023, as fundações privadas e associações sem fins lucrativos (Fasfil) pagaram salários médios superiores aos das empresas, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os funcionários dessas organizações receberam, em média, R$ 3.630,71, equivalente a 2,8 salários mínimos, enquanto as empresas pagavam 2,5 salários mínimos.
Salários acima da administração pública e número de organizações
Apesar de os salários nas Fasfil estarem abaixo da média da administração pública, que pagou cerca de quatro salários mínimos, o levantamento revela a importância econômica do setor. Os dados indicam que as fundações e associações empregaram 2,7 milhões de pessoas em 2023, representando 5,1% do total de trabalhadores no Brasil.
Além disso, o número de organizações nesse universo cresceu 4% em relação a 2022, passando de 573,3 mil para 596,3 mil. Essas entidades correspondem a 5% do total de cerca de 11,3 milhões de instituições no país, que inclui empresas e órgãos públicos.
Remuneração média por setor
- Administração pública: 4 salários mínimos
- Fundações privadas e associações: 2,8 salários mínimos
- Entidades sem fins lucrativos: 2,6 salários mínimos
- Empresas: 2,5 salários mínimos
- Total de trabalhadores: 2,8 salários mínimos
Atividades e empregabilidade
Entre as Fasfil, pouco mais de um terço (35,3%) das instituições é classificado como entidade religiosa, que emprega a maior parte dos trabalhadores, cerca de 1,1 milhão de pessoas. Outras áreas de destaque são cultura e recreação, desenvolvimento e defesa de direitos, assistência social e educação.
Segundo o estudo, 41,2% dos trabalhadores atuam na área de saúde, que é a maior empregadora do setor. A área de educação e pesquisa responde por 27,7% das contratações, enquanto assistência social representa 12,7%. Essas organizações também se destacam pelo perfil de suas funcionárias: 68,9% são mulheres, especialmente na educação infantil, onde elas representam 91,7% dos trabalhadores.
Porte das organizações e remuneração
Em média, as Fasfil possuem 4,5 empregados, sendo que 85,6% delas não têm funcionários formais. Apenas 0,7% contam com mais de 100 empregados. Os hospitais e instituições de saúde, como a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), são exemplos de organizações com maiores portes, alcançando dezenas de empregados.
Impacto social e futuro
O levantamento também apontou que, apesar do crescimento no número de organizações, há uma desigualdade de remuneração entre homens e mulheres. As mulheres, por exemplo, ganham 19% a menos que os homens nas Fasfil, ainda que representem 68,9% do quadro de empregados. Segundo o coordenador de Cadastros e Classificações do IBGE, Francisco Marta, as Fasfil desempenham papel fundamental na complementação das ações de governo em setores essenciais como saúde, educação e defesa de direitos, contribuindo significativamente para a economia do país.
Para os próximos anos, o estudo sugere o fortalecimento dessas organizações como parte do desenvolvimento social e econômico no Brasil.
Fonte: Agência Brasil


