Brasil, 18 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Desigualdade de renda no DF: pesquisa revela realidade alarmante

Uma pesquisa inédita divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF), evidencia as profundas desigualdades de renda e oportunidades que afetam as famílias do Distrito Federal. Em 2024, as disparidades entre os trabalhadores e a precariedade no mercado de trabalho foram amplamente analisadas, revelando um panorama alarmante que merece atenção.

Desigualdade de renda familiar

Dentre os achados mais preocupantes do estudo, destaca-se que as famílias mais ricas do DF ganham quase dez vezes mais que as famílias de menor renda. As famílias pertencentes ao grupo 1 — que corresponde aos 25% mais pobres — registraram um ganho médio de R$ 2.018, enquanto as do grupo 4 — os 25% mais ricos — alcançaram uma média de R$ 19.145. Essa diferença de renda é ainda mais escandalosa se considerarmos que as famílias mais ricas tendem a ser menores e têm uma escolaridade mais elevada.

A renda média familiar das famílias do DF, que é dividida em quatro grupos com base na renda, mostra que quanto maior a renda, menor o número de integrantes na família. Em 2024, as famílias do grupo 2 e grupo 3 tiveram rendas médias de R$ 3.360 e R$ 6.389 respectivamente, mas ainda assim distantes do topo da tabela. Esses números representam apenas 17,6% e 33,4% da renda das famílias mais ricas, que estão no grupo 4.

O retrato do mercado de trabalho

No que diz respeito à ocupação, o estudo revela que em 2024 a renda média das famílias, proveniente do trabalho principal, foi de R$ 5.282. Entre as famílias do grupo 1, essa remuneração caiu para apenas R$ 1.196. Essa realidade mostra que a inserção no mercado de trabalho é desproporcional, com os grupos de menor renda enfrentando grandes dificuldades para conseguir empregos.

Os dados ainda indicam que a taxa de desemprego total entre os chefes de família no Distrito Federal foi de 9%, enquanto no grupo 1, a taxa de desemprego saltou para alarmantes 26,6%, quase três vezes maior que a média geral. Além disso, a maioria das famílias chefiadas por mulheres se concentra neste grupo de menor renda, evidenciando uma desigualdade de gênero que se reflete na economia local.

Composição das famílias e sua relação com a renda

A pesquisa também aborda a estrutura familiar, destacando que as famílias chefiadas por mulheres compõem mais de 40% do total no DF, sendo que esse índice sobe para 52,6% entre as famílias de menores rendas. Na observação dos tipos de estrutura familiar, nota-se que as famílias monoparentais, com um dos pais cuidando dos filhos, são mais comuns entre aqueles que estão no grupo 1. Isso indica uma fragilidade social que pode impactar no futuro educacional e econômico dessas crianças e jovens.

Educação e desigualdade de oportunidades

Outro ponto enfatizado pela pesquisa é o nível de escolaridade dos integrantes das famílias. O estudo apresenta que, quanto maior a renda familiar, maior o nível de escolaridade. Enquanto no grupo mais pobre, 44,3% dos indivíduos possuem apenas o ensino fundamental, mais de 75% das famílias do grupo 4 têm diploma universitário. Essa realidade sublinha a correlação direta entre educação, renda e as oportunidades disponíveis no mercado de trabalho.

Com base nas informações apresentadas, a pesquisa do Dieese e do IPEDF não apenas lança luz sobre as desigualdades que permeiam o Distrito Federal, mas também serve como um alerta para a sociedade e para os formuladores de políticas públicas. Para que se possa construir um futuro mais igualitário e justo, é crucial que ações sejam traçadas para enfrentar as raízes dessa desigualdade persistente.

O estudo é uma lembrança clara de que ainda há um longo caminho a percorrer para que todos os cidadãos do DF tenham acesso a oportunidades justas e um padrão de vida digna.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes