A decisão sobre o empréstimo de R$ 12 bilhões aos Correios deve ser anunciada nesta sexta-feira (19/12), conforme informações do Tesouro Nacional. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a liberação só ocorrerá com aprovação do órgão responsável pelas finanças públicas, destacando a cautela na análise do pedido.
Mesmo com dificuldade, governo mantém vigilância sobre empréstimo aos Correios
Segundo Haddad, o Tesouro já rejeitou um pedido de empréstimo no começo deste mês, por considerar que a taxa de juros proposta, de 136% do CDI, era abusiva. “Não vamos aceitar a qualquer preço, por isso foi cogitado o aporte”, afirmou o ministro nesta quinta-feira (18/12), durante uma reunião com jornalistas.
O teto máximo para taxas de juros em operações desse tipo é de 120% do CDI. De acordo com o Tesouro, a proposta de juros apresentada pelos Correios não possui justificativa, já que o risco da operação é considerado baixo, uma vez que a União atua como fiadora.
Crise financeira e desafios estruturais da estatal
Nos últimos anos, os Correios enfrentam uma crise provocada por desequilíbrios financeiros, com queda de receitas, aumento de custos operacionais e perdas na logística. Apesar do crescimento no setor de e-commerce, os resultados não foram suficientes para reverter a situação, que é agravada por gargalos estruturais, investimentos não realizados e aumento da concorrência privada.
Haddad explicou que a recuperação da estatal exige uma parceria estratégica. “Existe uma equipe dedicada aos Correios, e, em sua visão, será necessária uma aliança para recuperá-la”, afirmou. Ele também mencionou que a Caixa Econômica Federal estuda uma parceria com a empresa, embora nada esteja definido até o momento.
Recuperação e manutenção do serviço postal
O ministro destacou que, em todos os países desenvolvidos, o serviço postal é considerado uma tarefa estatal, voltada à universalização do atendimento. “Não está em discussão privatizar os Correios”, garantiu Haddad. Ele ressaltou que a prioridade é manter o funcionamento e a universalidade dos serviços postais no Brasil.
Próximos passos e perspectivas futuras
O governo aguardará a análise final do Tesouro para definir o aval ao empréstimo, que é visto como uma medida imprescindível para viabilizar a estabilidade financeira dos Correios. A expectativa é de que a decisão seja anunciada nesta sexta-feira, fortalecendo o plano de reestruturação da estatal.
Para Haddad, é fundamental promover uma parceria público-privada eficiente, garantindo a continuidade do serviço postal e a preservação dos empregos. “A recuperação dos Correios é uma prioridade do governo, que busca alternativas sustentáveis de financiamento e gestão”, concluiu.


