Na noite de quarta-feira, 17 de novembro, a final da Copa Colômbia entre Atlético Nacional e Independiente Medellín terminou em tumulto, deixando pelo menos 59 feridos. O incidente ocorreu no estádio Anastasio Girardot, em Medellín, gerando preocupações sobre a segurança em eventos esportivos na Colômbia.
A partida e a violência entre torcedores
A partida, que terminou com vitória do Atlético Nacional por 1 a 0, foi marcada por tensão desde o início. O Nacional conquistou o título após um empate de 0 a 0 no jogo de ida, realizado no último sábado. As mais de 30 mil pessoas presentes ao estádio se preparavam para celebrar a conquista, mas a situação rapidamente se transformou em caos.
Imagens que circularam nas redes sociais mostram torcedores invadindo o campo e atacando uns aos outros com objetos e até facas. Segundo autoridades locais, o esquadrão antidistúrbios precisou intervir para controlar a situação. O secretário de Segurança de Medellín, Manuel Villa, confirmou que 52 torcedores precisaram de atendimento médico, além de sete policiais que também ficaram feridos durante os confrontos.
Identificação e punição dos culpados
As autoridades colômbianas estão trabalhando para identificar os responsáveis pelas agressões. O secretário Villa anunciou que as investigações estão sendo conduzidas com base em imagens de câmeras de segurança do estádio. Os suspeitos poderão ser indiciados por crimes de “agressão” e “dano ao patrimônio público”.
Canais de televisão como a Win Sports, que detém os direitos de transmissão da partida, relataram que suas equipes também foram atacadas. De acordo com a emissora, a transmissão precisou ser interrompida devido à invasão de torcedores que agrediram seus profissionais e danificaram equipamentos técnicos.
A repercussão e o impacto no evento
A violência fez com que a cerimônia de entrega das medalhas e do troféu ao campeão Atlético Nacional fosse cancelada. Após o tumulto ser controlado, a entrega da taça foi realizada a portas fechadas, sem público presente. A División Mayor (Dimayor), entidade que organiza os torneios de futebol na Colômbia, lamentou em uma mensagem: “O que deveria ter sido uma festa terminou com arquibancadas vazias”.
O prefeito de Medellín, Federico Gutiérrez, chamou os autores dos distúrbios de “criminosos”, enfatizando a necessidade de ações mais rigorosas contra a violência nos esportes. “Não podemos permitir que o futebol seja um palco para a barbárie”, comentou o prefeito.
Contexto da violência no futebol colombiano
A violência nos estádios de futebol na Colômbia não é uma novidade. Desde 2008, investigações independentes estimam que pelo menos 150 torcedores tenham perdido a vida em confrontos ligados ao futebol. A falta de dados oficiais e a ineficácia das medidas de segurança alimentam a preocupação sobre a promoção de um ambiente seguro para torcedores e jogadores.
Com o aumento dos confrontos e a gravidade dos incidentes, há uma crescente pressão sobre as autoridades para que sejam implementadas propostas eficazes de segurança nos eventos esportivos. O incidente da final da Copa Colômbia destaca a urgência dessa demanda e a necessidade de uma reflexão profunda sobre o papel do futebol na sociedade colombiana.
A tragédia de Medellín serve como um alerta para que se busquem soluções que priorizem a segurança e a paz nos estádios, garantindo que o futebol continue a ser uma fonte de alegria e união, e não de violência e tragédia.


