A arquidiocese de Dublin afirmou, nesta sexta-feira (18), que sua saúde financeira está assegurada, apesar de reportagens recentes que levantaram preocupações sobre seu futuro. O esclarecimento foi motivado por um artigo do Irish Times que sugeria risco de esgotamento de suas reservas até 2041 e uma significativa redução no número de sacerdotes.
Contexto financeiro e reservas da arquidiocese
Segundo os informes financeiros de 2024, obtidos pela CNA, a receita total das 188 paróquias administradas pela arquidiocese foi de aproximadamente 31 milhões de euros, mantendo-se relativamente estável em relação ao ano anterior. No entanto, o gasto anual foi de 34,2 milhões de euros, com um déficit de cerca de 3 milhões de euros.
A reportagem do Irish Times destacou que as reservas financeiras poderiam se esgotar em pouco mais de duas décadas, reforçada por uma tendência de declínio vocacional notório na região. Em 2024, não houve ordenações na diocese, e desde 2020, apenas dois novos sacerdotes foram ordenados.
Medidas de gestão e sustentabilidade financeira
Fundamentação legal e estratégias
Respondendo às preocupações, o administrador financeiro da arquidiocese, Paul Finnegan, explicou à CNA que a gestão financeira segue rigorosamente legislações específicas relativas ao seu status de instituição beneficente. Ele ressaltou que os relatórios financeiros trazem estratégias de curto e médio prazo para manter a estabilidade.
“Estamos empenhados em aumentar receitas, sobretudo por meio de captações específicas, e controlar despesas, além de investir em recursos humanos,” afirmou Finnegan. “A venda do antigo colégio Clonliffe, por exemplo, gerou fundos que fortalecem as reservas.”
Impacto das doações e captações
Dados do relatório financeiro indicam que as doações de fiéis, via as principais colleções de domingo, somaram cerca de 14,1 milhões de euros em 2024, uma leve redução em relação a 2023. As contribuições para o fundo comum das paróquias tiveram uma arrecadação de 5,7 milhões de euros, também com pequena queda.
Para reforçar sua estratégia de captação, a arquidiocese contratou a firma internacional CCS Consulting, especializada em arrecadações beneficentes, que trabalha em planos para ampliar o fundo de reserva e garantir recursos a longo prazo.
Perspectivas de longo prazo e gerenciamento de riscos
Finnegan destacou que, apesar do cenário desafiador, a administração da arquidiocese mantém uma reserva de emergência que equivale a um percentual adequado de suas receitas anuais. Além disso, há planos para diversificar as fontes de renda, incluindo investimentos em imóveis e novas captações.
“Embora os riscos variem, nossas reservas e planos estratégicos nos posicionam bem para enfrentar possíveis adversidades,” afirmou. “Adotamos uma gestão transparente, sob rigoroso controle legislativo e de órgãos reguladores.”
Compromisso com o crescimento e a revitalização
A arquidiocese de Dublin também vem promovendo iniciativas voltadas à renovação pastoral e ao engajamento de leigos na administração das paróquias, conforme o projeto Building Hope. O objetivo é fortalecer a missão evangelizadora e garantir sua continuidade, mesmo diante do declínio vocacional.
De acordo com as notas financeiras, a população católica na região, que compreende cerca de 996 mil fiéis, permanece como um dos pilares da comunidade, mesmo que o número de vocações esteja em declínio acentuado.
Finnegan finalizou enfatizando a importância da transparência e do planejamento estratégico: “Garantimos que nossas reservas são geridas com responsabilidade e que há esforços contínuos para que a saúde financeira da diocese seja preservada para as próximas décadas.”
