Os custos de serviços de saúde no Brasil, que abrangem consultas, exames, cirurgias, medicamentos e planos de saúde, devem encerrar 2025 com um aumento superior a 10%, superando a inflação prevista de 4,5% para este ano, segundo levantamento da corretora internacional Willis Towers Watson (WTW). Os dados indicam que essa tendência de alta deve se repetir nos próximos três anos.
Inflação médica em ascensão e projeções para os próximos anos
De acordo com o estudo Global Medical Trends, a inflação da saúde no Brasil deve atingir 11,1% em 2025 e 11% em 2026. Para toda a América Latina, o aumento esperado é de aproximadamente 11,9% em 2026, consolidando o cenário de elevação contínua dos custos.
Perspectiva de contínuo aumento dos custos
O levantamento revela que 34% das seguradoras das Américas acreditam que a alta dos preços na saúde se manterá pelos próximos dois a três anos, enquanto 50% prevêem que esse ritmo de crescimento continuará por mais de três anos, com variações de dois dígitos.
Principais fatores impulsionadores do aumento
Entre os fatores que contribuíram para essa escalada, Walderez Fogarolli, diretora de benefícios da WTW, cita a influência da alta do dólar, que aumenta o preço de insumos hospitalares e medicamentos, além do desperdício na utilização de planos e a prática de exames frequentes e muitas vezes desnecessários por profissionais de saúde.
Tecnologia e medicamentos de alto custo elevam despesas
Outro elemento importante é o avanço tecnológico, que aumenta os custos do setor de saúde. A recente aprovação pela Agência Nacional de Saúde (ANS) da cirurgia robótica de próstata, antes não coberta pelos planos, exemplifica essa tendência. Além disso, medicamentos oncológicos de alto custo continuam pressionando o setor, reforçando o impacto dos custos em alta.
Impacto do sistema público e novas demandas
Fatores como o fortalecimento do sistema público de saúde também contribuem para o aumento da demanda na rede privada, elevando os custos. A pesquisa aponta que, na América Latina, os gastos com farmacêuticas lideram a expansão dos custos, seguidos por consultas, internações e atendimentos ambulatoriais.
Doenças oncológicas representam grande parte do crescimento
O estudo detalha que o câncer, responsável por 69% do aumento dos gastos, vem crescendo rapidamente, especialmente entre jovens. A incidência de novos casos de câncer de mama, colorretal e próstata registra alta, com um aumento na população com menos de 40 anos diagnosticada com a doença.
Perspectivas futuras e tecnologia no setor
Embora o uso de Inteligência Artificial (IA) em programas de saúde ainda seja baixo, muitas seguradoras planejam ampliar sua aplicação nos próximos anos. Atualmente, 17% das empresas utilizam a tecnologia, com expectativa de chegar a 37% em dois anos. A IA deve contribuir para a redução de custos ao melhorar a comunicação e o gerenciamento de planos.
Segundo Walderez Fogarolli, “a IA pode ajudar a melhorar a comunicação das seguradoras com os usuários, otimizando o uso da rede e o gerenciamento de benefícios.”
Para mais detalhes sobre as projeções de aumento dos custos de saúde no Brasil, acesse o relatório completo.


