Em um movimento que revela as complexidades da política brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, na manhã desta quarta-feira, a saída de Celso Sabino do cargo de ministro do Turismo. A mudança ocorre uma semana após Sabino ser expulso do partido União Brasil, por desobedecer a uma ordem da legenda que pedia a sua saída do governo. O novo nome escolhido para o ministério é Gustavo Feliciano, filho do deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB).
motivos para a troca e a escolha do novo ministro
A decisão de Lula parece ter como pano de fundo as articulações políticas que envolvem a próxima eleição. A escolha de Gustavo Feliciano se alinha a um entendimento entre o governo e uma ala do União Brasil, que prometeu apoio à reeleição de Lula no próximo ano. Essa articulação teve o aval do presidente da legenda, Antônio Rueda, e foi coordenada por um grupo de cerca de 20 parlamentares que mantêm proximidade com o governo federal.
Embora Sabino tenha participado da reunião ministerial com Lula na manhã do anúncio, a destituição já estava prevista. O presidente aguardava o término da COP30 realizada em Belém para formalizar a troca.
conflitos dentro do união brasil
A troca no ministério, no entanto, não é consensual dentro dos quadros do União Brasil. O diretório nacional do partido, que já havia votado pela saída da sigla do governo, expressa descontentamento com a indicação de um novo nome para o ministério. Membros de bancadas influentes, como as de São Paulo e Goiás, manifestaram sua insatisfação e questionam a mudança de postura de Rueda.
Após sua saída, Sabino comentou que o União Brasil ainda deverá enfrentar debates internos sobre sua decisão de se aproximar novamente do governo, afirmando que cada mudança de rumo político deve ser vista sob a ótica da governabilidade e da segurança nas pautas que beneficiem o povo brasileiro.
o perfil do novo ministro, gustavo feliciano
Gustavo Costa Feliciano, novo ministro do Turismo, possui um histórico político familiar significativo, sendo filho da ex-vice-governadora da Paraíba, Lígia Feliciano, que também fez parte do União Brasil. Gustavo já ocupou a posição de secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico na Paraíba e, embora nunca tenha se candidatar a cargo eletivo antes, possui uma trajetória política estabelecida por meio da sua família. Graduado em Direito, ele ainda foi diretor-presidente da União de Ensino Superior de Campina Grande (Unesc).
A escolha de Feliciano reflete uma tentativa do União Brasil de recuperar sua influência no governo federal, uma vez que a sua nomeação é vista como um passo para retomar a base de apoio a Lula. O próximo ano será crucial para a definição das eleições, e a posição de Feliciano será monitorada de perto por aqueles que acompanham o cenário político.
as repercussões da mudança política
A mudança de ministros também surge em um contexto em que a política brasileira se transforma rapidamente, especialmente enquanto grupos internos aos partidos estão em busca de alinhamentos estratégicos. Há uma clara avaliação de que ministros e integrantes do governo devem estar em sintonia com Lula, especialmente dada a iminente reeleição que ocorrerá no próximo ano.
A nomeação de Feliciano também sugere que o União Brasil está tentando se consolidar como um partido de apoio ao governo, mesmo após as tensões que conduziram à saída de Sabino. Essa mudança mostra como alianças políticas são frequentemente moldadas por interesses atuais e futuros, levando a uma dança constante entre separações e reconciliações no mundo político.
perspectivas futuras para celso sabino
Cabe ressaltar que Celso Sabino, agora sem partido, já manifestou a intenção de concorrer a uma vaga no Senado com o apoio de Lula. Ele está em conversas com diferentes legendas e planeja tomar uma decisão em conjunto com o presidente até o final de fevereiro, quando as chapas para estaduais devem ser definidas.
Essa dinâmica mostra que, apesar das trocas e da turbulência no Ministério do Turismo, a política brasileira é resiliente, e as alianças e candidaturas estão em contínua evolução até as próximas eleições.
A mudança na cúpula do Ministério do Turismo não apenas afeta a política interna, mas também pode ter repercussões significativas nas relações de Lula com o Congresso e nas estratégias eleitorais que estão sendo traçadas à medida que o país se aproxima de um ano eleitoral.



