No dia 17 de dezembro de 2022, a operação para detonar explosivos em um caminhão-tanque na área do Aeroporto de Brasília causou alvoroço. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, de forma unânime, formalizar a denúncia contra três homens acusados de armar uma bomba na entrada do aeroporto com a intenção golpista de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
Ação da Procuradoria-Geral da República
Segundo informações divulgadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), os acusados foram parte de um grupo que, descontentes com os resultados das eleições de 2022, tramaram e utilizaram artefatos explosivos para cometer crimes. Os réus, George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza, enfrentam acusações graves que incluem associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e atentado contra a segurança de transporte aéreo.
Detalhes do julgamento
O julgamento, que deverá terminar formalmente na noite de 19 de dezembro, já teve votos favoráveis ao recebimento da denúncia por parte de ministros como Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Os três homens já haviam sido condenados em instâncias anteriores da Justiça do Distrito Federal por crimes como explosão, incêndio e posse de arma de fogo não autorizada. Contudo, os crimes relacionados à bomba no aeroporto serão julgados pela Justiça Federal, tendo sido esta a razão pela qual o STF está analisando a situação em questão.
O plano golpista
Durante a audiência, o relator Alexandre de Moraes destacou que a acusação apresenta indícios suficientes para que a ação penal prossiga. Segundo ele, o Ministério Público preparou uma instrução clara, permitindo que os acusados compreendam a imputação contra eles, garante o exercício do contraditório e da ampla defesa.
O papel de cada réu no crime
A Procuradoria explica que os três homens se reuniram em dezembro de 2022, nos arredores do acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, para elaborar um plano que visava detonar um artefato explosivo em via pública. George Washington foi responsável pela montagem do artefato, utilizando controle remoto, acionadores e dinamites. Ele confessed que tinha a intenção de explodir a bomba na entrada do aeroporto.
Wellington Macedo foi quem dirigiu o caminhão, enquanto Alan Diego ajudou a posicionar o artefato explosivo sob o eixo traseiro do veículo, que estava carregado de querosene de aviação. Depois, Alan fez ligações de um orelhão próximo para alardear a presença da bomba, criando um clima de pânico e caos social.
As investigações e evidências
O motorista do caminhão, ao perceber um “objeto estranho”, imediatamente notificou a Polícia Militar. As buscas realizadas em um apartamento onde George Washington residia resultaram na apreensão de armas de fogo, munições e outros acessórios utilizados na fabricação do explosivo.
A Procuradoria sustenta que a natureza do crime é considerada instrumental, pois tinha como objetivo a deposição do governo legitimamente constituído e a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de uma rede criminosa armada.
Prisão preventiva e próximos passos
Os três acusados permanecem sob prisão preventiva, sem prazo determinado para a sua liberação, conforme a ordem do Supremo. Com a aceitação da denúncia, eles responderão formalmente pelos crimes nos quais estão implicados, dando início ao processo penal. Ao final do julgamento, a decisão caberá aos ministros, que determinarão se os réus serão absolvidos ou condenados.
É importante acompanhar a evolução desse caso, que reflete preocupações não apenas sobre segurança pública, mas também sobre a integridade do Estado Democrático de Direito no Brasil.
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