Na última terça-feira, após a conclusão dos julgamentos dos últimos réus envolvidos na trama golpista, o Supremo Tribunal Federal (STF) começa a se preparar para novos desafios em 2026. Este capítulo, iniciado em março de 2025 com as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR), agora dá lugar a uma série de investigações que prometem impactar a política nacional.
Investigações e julgamentos no horizonte do STF
À medida que o STF encerra a análise do caso golpista, o tribunal se depara com um cenário repleto de novas pautas políticas. Entre os principais casos que aguardam julgamento ao longo de 2026, destacam-se as investigações sobre desvios de emendas parlamentares, que culminarão em um julgamento já agendado, e as ações relacionadas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e suas ligações com o crime organizado.
Um dos julgamentos mais esperados é aquele relacionado ao assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, brutalmente executados no Rio de Janeiro em março de 2018. Nos dias 24 e 25 de fevereiro, a Primeira Turma do STF analisará os casos de réus, incluindo os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, o delegado Rivaldo Barbosa, o major Ronald Pereira e o ex-PM Robson Calixto. O ministro Alexandre de Moraes deverá relatar essa importante sessão.
Denúncias de corrupção e desvio de emendas parlamentares
Outro ponto crucial nas pautas do STF é o julgamento de parlamentares acusados de corrupção. Os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e o suplente Bosco Costa (PL-SE) enfrentarão a justiça em 10 e 11 de março, sob a acusação de corrupção passiva e organização criminosa. De acordo com a PGR, o grupo teria desviado aproximadamente R$ 6,6 milhões em emendas parlamentares, inclusive com propinas que chegam a R$ 1,6 milhão. O caso será relatado pelo ministro Cristiano Zanin.
Além disso, estiveram também nas pautas as investigações que envolvem o deputado Eduardo Bolsonaro, que é investigado por coação e obstrução de justiça. A denúncia, que trata de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, foi aceita pela Primeira Turma, mas o julgamento principal deve ocorrer somente no segundo semestre de 2026.
Acompanhamento de medidas relacionadas à letalidade policial
As atividades do STF também incluem o monitoramento de medidas estabelecidas na ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, que trata da letalidade policial no Rio de Janeiro. Desde a decisão proferida em 2025, regras como a utilização de câmeras corporais e a independência de ambulâncias em operações policiais foram impostas, visando a proteção de vidas nos complexos urbanos.
Vigília sobre a violência e operações em favelas
Após operações violentas no Complexo da Penha e do Alemão, o relator Alexandre de Moraes convocou autoridades estaduais para prestarem esclarecimentos. Além disso, ele instaurou um inquérito para investigar a atuação de grupos criminosos presentes nessas áreas e seus desdobramentos. Este acompanhamento é crucial para garantir que as medidas de segurança e justiça sejam efetivas e cumpram seu papel na proteção das vidas dos cidadãos.
Enquanto o STF se prepara para esses novos desafios, a respeito dos casos de corrupção e violência, o Brasil observa ansiosamente por justiça e transparência. O ano de 2026 promete ser um marco para a justiça no país, e o STF desempenhará um papel fundamental nessa trajetória.
As mudanças necessárias e as esperanças da sociedade brasileira estão depositadas nas mãos dos ministros do Supremo, que devem agir com imparcialidade e expressar a voz de um povo que clama por justiça e renovação.


