O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo, ampliando para 14 o número de trocas no primeiro escalão desde o início do terceiro mandato, em janeiro de 2023. Sabino, que havia sido expulso do União Brasil por descumprir a orientação do partido de deixar o governo, será substituído por Gustavo Feliciano, filho do deputado Damião Feliciano (União Brasil-PB).
A importância das mudanças ministeriais
Com esta nova mudança, o governo Lula mantém a média de uma alteração ministerial a cada dois meses e meio. Auxiliares do presidente afirmam que a escolha do novo titular do Turismo faz parte de uma articulação com uma ala do União Brasil que está mais alinhada ao Planalto, e que se comprometeu a apoiar a reeleição de Lula em 2026.
A saída de Sabino já era considerada iminente e foi oficializada após o fim da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, onde o agora ex-ministro participou ao lado do presidente. No entanto, a decisão aprofundou divisões internas dentro do União Brasil, onde parte da direção nacional é contrária à permanência da sigla no governo.
Veja as mudanças anteriores
Principais mudanças no governo
- Gonçalves Dias (sem partido): Deixou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em abril de 2023, após a divulgação de vídeos de sua postura durante os atos de 8 de janeiro daquele ano.
- Daniela Carneiro (União Brasil): Foi substituída em julho de 2023 no Ministério do Turismo por Celso Sabino, com o intuito de conquistar mais apoio da sigla no Congresso.
- André Fufuca (PP): Assumiu o Ministério do Esporte em setembro de 2023, substituindo a ex-jogadora de vôlei que deixou o cargo em meio a articulações políticas.
- Silvio Costa Filho (Republicanos): Tornou-se o novo titular da pasta de Portos e Aeroportos, enquanto França foi deslocado para o recém-criado Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
- Ricardo Lewandowski (sem partido): Assumiu o Ministério da Justiça e Segurança Pública após a saída do titular que foi promovido ao Supremo Tribunal Federal (STF).
- Silvio Almeida (sem partido): Foi trocado pela ministra Macaé Evaristo (PT) na pasta de Direitos Humanos e Cidadania em setembro do ano passado, devido a acusações de assédio.
- Nísia Trindade (sem partido): A ministra da Saúde foi substituída por Alexandre Padilha (PT) em fevereiro deste ano, após pressões políticas.
- Juscelino Filho (União Brasil): Deixou o cargo de ministro das Comunicações após ser denunciado pela PGR por suspeitas de desvio de emendas parlamentares.
- Carlos Lupi (PD): O ministro da Previdência pediu demissão após a revelação de um esquema bilionário de desvios de aposentadorias e pensões do INSS.
- Márcia Lopes (sem partido): Nomeada para o Ministério das Mulheres em maio, após descontentamento com a gestão anterior.
- Guilherme Boulos (PSOL-SP): Assumiu a Secretaria-Geral da Presidência em outubro, substituindo o titular anterior.
O cenário político atual
A política brasileira apresenta um cenário instável, com constantes mudanças na equipe ministerial. Cada troca no ministério não é apenas uma mudança de nomes, mas reflete também as articulações políticas e as tentativas do governo de se manter alinhado com os interesses de diferentes partidos e grupos de apoio. Com as reeleições se aproximando, é crucial para o governo Lula consolidar um apoio sólido que garanta a sobrevivência política e a continuidade das propostas que foram apresentadas ao longo de seu mandato.
Enquanto o governo busca se fortalecer, a troca de ministros indica uma necessidade constante de adaptação em um ambiente político em constante transformação. O desafio será não apenas manter a fidelidade aos aliados, mas também garantir a eficácia na condução das políticas públicas que afetam a vida de milhões de brasileiros.




