Brasil, 18 de dezembro de 2025
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Prefeitura de Balneário Camboriú proíbe naturismo na Praia do Pinho

No fim da tarde desta quarta-feira, 17 de dezembro, a Prefeitura de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, anunciou um decreto que revoga a prática do naturismo na Praia do Pinho, considerada a primeira praia de naturismo do Brasil. A nova regra proíbe o naturismo e qualquer atividade semelhante em todas as praias da cidade, refletindo uma mudança significativa na política local.

A proposta e suas motivações

De acordo com a administração municipal, a minuta do decreto foi discutida em reunião com associações de moradores das praias e as forças de segurança da região. A formalização do texto ocorrerá após a sanção da nova lei que institui o Plano Diretor da cidade, atualmente sob análise na Câmara de Vereadores. A prefeita Juliana Pavan (PSD) justificou a decisão apontando que a Praia do Pinho “perdeu o verdadeiro sentido do naturismo” ao longo dos anos, passando a ser associada a práticas ilícitas e crimes sexuais.

Praia do Pinho

O impacto da decisão na comunidade local

A prefeita ressaltou que a decisão é resultado de um diálogo com as forças de segurança e a comunidade local. “Nosso compromisso é agir com responsabilidade, priorizando o bem-estar coletivo e a tranquilidade de todas as praias de Balneário Camboriú”, declarou Pavan durante a reunião no gabinete. A revogação do naturismo ocorre em um momento em que a administração busca reverter aspectos negativos associados à segurança pública nas praias.

Com a implantação do novo Plano Diretor, que não destina mais praias para a prática de naturismo, a Praia do Pinho deixará de ser oficialmente reconhecida como tal, em contrapartida ao plano vigente desde 2006 que a formalizou como área destinada ao nudismo. Essa mudança deixa muitos admiradores do naturismo preocupados com as implicações para a cultura e a liberdade individual na região.

A Praia do Pinho e seu legado histórico

Localizada entre as praias de Laranjeiras e do Estaleirinho, a Praia do Pinho é reconhecida por seu histórico de prática do nudismo, que remonta à década de 1980. Este fenômeno cultural começou a atrair visitantes que buscavam um contato mais próximo com a natureza e um estilo de vida que promovesse o respeito a si mesmo e ao próximo.

A partir da modernização da legislação e da crescente difusão do naturismo, a praia tornou-se um símbolo do nudismo no Brasil, atraindo turistas de diversas partes do país e do mundo. No entanto, a administração municipal alega que esse reconhecimento não justifica os problemas de segurança e a imagem negativa que, segundo eles, se consolidou nos últimos anos.

Os desafios e a luta pelo naturismo

Os praticantes do naturismo defendem a liberdade de escolha e a filosofia que embasa a prática, que inclui o respeito ao meio ambiente e a construção de uma sociedade inclusiva. A revogação da prática pode trazer disputas jurídicas e sociais sobre os direitos dos naturistas, com a população local dividida em apoio e oposição à medida.

Atualmente, é proibido fotografar ou filmar na faixa de areia sem a autorização dos frequentadores. Além disso, atos de cunho sexual ou obsceno são ilegalizados, uma tentativa de garantir que a praia mantenha um ambiente familiar e seguro para todos os visitantes.

Assim, a recente decisão da Prefeitura de Balneário Camboriú levanta questões sobre a convivência de tradições locais e as necessidades de segurança pública, ressaltando a complexidade das políticas de uso do espaço público e a forma como as comunidades se organizam para lidar com mudanças significativas na sua cultura e legado histórico.

Para os naturistas, a luta por um espaço seguro e respeitável continua, enquanto a cidade de Balneário Camboriú busca equilibrar a tradição com as exigências contemporâneas de segurança e bem-estar comunitário.

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