As autoridades de defesa de Uganda confirmaram a prisão do padre católico Deusdedit Ssekabira, pastor auxiliar da Paróquia de Bumangi na Diocese de Masaka, na sequência de seu desaparecimento ocorrido no início de dezembro. A prisão foi divulgada na segunda-feira (12), após dias de incerteza e pedidos de oração por parte do bispo local, Serverus Jjumba.
Acusações e investigação em andamento
Segundo o coronel Chris Magezi, diretor interino de comunicação de defesa, Ssekabira está detido por seu envolvimento em atividades subversivas contra o Estado, com alegações de participação em ações violentas. Magezi informou que o padre permanece sob custódia legal enquanto as investigações continuam, e que ele será encaminhado ao sistema judicial para responder às acusações.
Até o momento, nenhuma detalhamento adicional sobre as suspeitas ou o período previsto para a investigação foi divulgado. Magezi ressaltou que o caso seguirá os trâmites judiciais formais, incluindo a apresentação do padre perante os tribunais.
Contexto do desaparecimento
O bispo de Masaka, Serverus Jjumba, afirmou que Ssekabira foi levado por homens que usavam uniformes do Exército de Uganda e supostamente controlados por um drone, na tarde do dia 3 de dezembro. Em comunicado divulgado no dia seguinte, o bispo solicitou orações intensificadas, incluindo um tríduo de terços, pedindo a recuperação segura do sacerdote e proteção para a Igreja e o país.
“Todos os esforços para localizá-lo foram infrutíferos até agora”, declarou Jjumba, descrevendo o ocorrido como uma “ferida grave” à Diocese de Masaka e à Igreja Católica como um todo. A Diocese também detalhou que está buscando todos os meios possíveis, inclusive ações legais, para garantir o retorno do padre em segurança.
Implicações e perspectivas futuras
Com o avanço do processo judicial, o caso deverá chamar atenção para o devido processo legal, as acusações específicas contra Ssekabira, e os desdobramentos nas relações entre Igreja e Estado em Uganda. Analistas indicam que a situação pode repercutir em debates sobre liberdade religiosa e atuação do Estado perante entidades religiosas no país.
A Diocese de Masaka ainda não se pronunciou oficialmente após a divulgação da prisão, enquanto a comunidade local e a Igreja aguardam o desfecho do caso. A expectativa é de que a Justiça seja feita de forma transparente e que os direitos do sacerdote sejam respeitados durante todo o procedimento.
Esta notícia foi originalmente publicada pelo ACI África (link da fonte), parceiro da CNA na África, e foi adaptada para este conteúdo.


