Há exatos dez anos, no dia 17 de dezembro de 2015, o surfista brasileiro Adriano de Souza, conhecido como Mineirinho, conquistava seu tão sonhado título mundial de surfe em Pipeline, no Havaí. Neste momento marcante, Mineirinho não apenas celebrava uma vitória pessoal, mas também homenageava a memória de seu amigo Ricardo dos Santos, o Ricardinho, que havia falecido naquele ano. Hoje, com 38 anos e atuando como técnico do surfista Miguel Pupo, ele relembra as emoções e desafios enfrentados durante aquela temporada histórica.
O peso da pressão e desafios enfrentados
Antes de entrar na água para a disputa, Mineirinho revela que enfrentou uma pressão intensa. “Não dormi a temporada inteira. Foram várias noites de muita angústia e pressão. Sabia de todo o risco que estava correndo”, conta o atleta. Com 28 anos na época, ele sentia que estava em uma luta contra a juventude e potencial de surfistas como Filipe Toledo e Gabriel Medina, que eram bem mais novos.
A busca pela concentração
Mineirinho fez questão de não deixar que a ansiedade o consumisse. “No dia da competição, eu me fechava e ficava 100% concentrado em performar. Era a única coisa em que pensava”, explica. Essa estratégia o ajudou a canalizar suas energias apenas no momento da competição, sem se deixar levar pelo peso da expectativa de conquistar o título mundial.
A semifinal decisiva e o sentimento ao final da bateria
A semifinal contra o havaiano Mason Ho foi uma das mais tensas que já enfrentou. “Quando você entra nessa fase, estão os quatro melhores do evento”, relatou Mineirinho. Ele estava consciente de que cada detalhe contava e que necessitava estar presente em cada momento para aproveitar as oportunidades. Após a bateria, um misto de alívio e realização tomou conta do surfista. “Foi um momento de alívio, de anos de trabalho buscando aquilo”, afirma emocionado.
Uma homenagem a Ricardinho
Um dos momentos mais significativos para Mineirinho após sua conquista foi a homenagem a Ricardinho. “Eu gostaria de ter homenageado em vida”, lamenta. A força e apoio que recebeu dele foram cruciais. “Ricardo me disse para acreditar que eu conseguiria, e isso ficou marcado na minha trajetória”, reflete.
A noite da vitória e a sensação de realização
Após a vitória, Mineirinho se lembrou de como foi a primeira noite de sono tranquila após meses de pressão. “Foi o único dia em que consegui dormir de fato. Eu me joguei na cama às 22h e acordei no dia seguinte por volta das 8h”, relata, com um sorriso. Essa sensação de conquista simbolizava não apenas uma vitória esportiva, mas a realização de um sonho que parecia inatingível.
Reflexão sobre a trajetória até o título
Ao olhar para sua jornada, Mineirinho reflete sobre o que sua conquista representa. “Todo clima de conquista faz você olhar para cima e pensar que alcançou tudo o que almejou. É o título máximo”, afirma. A conquista foi descrita como uma dádiva de Deus, lembrando que muitos também se esforçaram, mas apenas alguns tiveram a chance de triunfar.
Conclusão: A importância da conquista no surfe brasileiro
A vitória de Adriano de Souza, além de marcante para sua carreira, teve um impacto significativo no surfe brasileiro. Ele abriu portas e inspirou futuros campeões, como Gabriel Medina, que afirmou ser um divisor de águas no cenário do surfe mundial. Mineirinho continua a incentivar novos talentos como técnico, sempre lembrando da importância da persistência e da superação. A celebração dos 10 anos de sua conquista é um testemunho do que se pode alcançar com dedicação e fé.


