A situação foi alarmante e gerou revolta entre os pais e a comunidade escolar. No último dia 12, uma mãe, Deise de Andrade, revelou ter sido impedida de participar da formatura de sua filha na Escola Municipal Elysio Athayde, localizada no bairro de Cajazeiras 5, em Salvador. O caso gerou repercussão, levando a Secretaria Municipal da Educação (Smed) a instaurar uma sindicância para investigar a denúncia.
Denúncia e cobrança irregular
De acordo com o relato de Deise, a escola teria cobrado uma taxa de R$ 100 por estudante para a cerimônia de formatura, apresentando essa cobrança como obrigatória. A mãe, que não conseguiu pagar o valor no prazo estipulado pela escola, se sentiu humilhada e triste ao perceber que não poderia acompanhar um momento tão especial na vida de sua filha.
“Eu disse para ela que não queria nada, só viver aquele momento, ver a minha filha se formando. Era a única coisa que me interessava. Ela olhou na minha cara e disse que não e que todo mundo já tinha pagado”, relatou Deise à TV Bahia, em lágrimas.
Reação da Secretaria Municipal de Educação
Após a divulgação do ocorrido, a Smed emitiu uma nota afirmando que não há qualquer cobrança em escolas públicas para eventos como formaturas. Segundo a Smed, essa situação vai contra as diretrizes que garantem acesso irrestrito à comunidade escolar. A pasta comunica que tomou a iniciativa de investigar a situação através da abertura de uma sindicância.
“Os eventos escolares no município são gratuitos, garantindo que todos os alunos e seus responsáveis possam participar”, afirmou a nota. A secretaria também destacou que medidas serão tomadas para garantir que situações semelhantes não voltem a acontecer.
O impacto da situação e as vozes da comunidade
A repercussão do caso nas redes sociais foi imediata. A emoção da mãe se refletiu, trazendo à tona uma discussão sobre a obrigatoriedade de taxas em eventos escolares, especialmente em instituições públicas. Esse tipo de ocorrência é denunciada com frequência por pais que se sentem excluídos de momentos importantes na educação de seus filhos devido a barreiras financeiras.
Vários internautas manifestaram apoio a Deise e criticaram a cobrança, ressaltando que a educação pública deve ser acessível a todos, independente de situação financeira. “Momentos como a formatura são essenciais para o desenvolvimento emocional das crianças. É inadmissível que os pais sejam barrados por uma taxa”, comentou uma internauta na publicação que circulou nas redes sociais.
Consequências e próximos passos
Enquanto a sindicância está em andamento, a comunidade aguarda ansiosamente por um posicionamento definitivo da Smed e da direção da Escola Municipal Elysio Athayde. A maior expectativa é que ações concretas sejam realizadas para mudar essa realidade e evitar que outras famílias passem pela mesma situação. O caso expôs não apenas a fragilidade do sistema, mas também a necessidade de um diálogo mais aberto entre escolas, pais e a administração pública.
A situação da mãe Deise e de sua filha é um alerta sobre a importância da inclusão e do respeito em ambientes escolares. Pais em situações financeiras adversas devem ser garantidos ao menos o direito de presenciar a formação dos filhos sem obstáculos financeiros.
Além disso, muitos pais têm se mobilizado para que uma mudança de postura nas escolas ocorra, reivindicando a criação de um sistema que atenda com transparência e responsabilidade a todos os envolvidos no processo educacional.
Este caso semelhante se somou a vários outros relatos sobre o tratamento desigual vivido por alunos e seus responsáveis na rede pública de ensino, o que demanda uma revisão urgente nas políticas de arrecadação. A comunidade espera que essa investigação traga à tona não apenas a verdade por trás desta ocorrência específica, mas também a necessidade de um sistema que acolha e não exclua.
As consequências desse acontecimento irão além da escola, pois refletem uma sociedade que ainda enfrenta barreiras de acesso e oportunidades, principalmente no que diz respeito à educação. Afinal, a formação dos alunos deve ser uma prioridade, e todos merecem viver cada instante desse percurso ao lado de suas famílias.
Para mais informações e atualizações sobre o caso, acesse o site do g1 Bahia.


