O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a reunião ministerial desta quarta-feira, a última do governo antes da saída dos titulares das pastas que vão apresentar seus nomes nas urnas em outubro, para preparar “a casa” para o ano eleitoral, quando tentará um quarto mandato. A reunião foi marcada por cobranças e diretrizes claras para os ministros, reforçando a importância do alinhamento e do conhecimento das políticas governamentais.
Mudanças estratégicas nas pastas ministeriais
O esboço apresentado aos 39 auxiliares diretos começou a ser colocado em prática logo depois do encontro, com a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo para a entrada de Gustavo Feliciano, indicado por uma ala do União Brasil. O presidente acredita que, com essa nomeação, garantirá o apoio de um terço da bancada de 59 deputados do partido. Sabino havia sido expulso do União Brasil por não cumprir a determinação de deixar o cargo.
Durante a abertura do encontro, Lula mencionou a saída dos ministros e fez uma cobrança direta, afirmando que cada um deles e seus partidos precisariam “se definir de que lado estão”. Além do União Brasil, o Partido Progressista (PP) também havia exigido, em setembro, que o titular do Esporte, André Fufuca, deixasse o governo.
Lições de casa e preparação para o embate eleitoral
Em um momento de firmeza, Lula passou uma “lição de casa” aos seus subordinados, solicitando que cada Ministro conhecesse os principais projetos do governo, mesmo que estes não fossem diretamente de suas áreas. “Todo o ministro tem que conhecer todas as políticas”, ordenou o presidente, reafirmando a importância de uma equipe bem informada e coesa.
Coube a Rui Costa, chefe da Casa Civil, apresentar uma aula de reforço de uma hora e 20 minutos, utilizando um power point de 73 slides que resumia as realizações do governo nos três anos deste terceiro mandato. Essa apresentação visou não apenas informar, mas também motivar a equipe para os desafios que virão nas eleições.
Estratégia eleitoral e comparação com adversários
Durante suas falas, Lula deixou claro que planeja usar as comparações com adversários políticos como parte de sua estratégia para 2026. Ele destacou que o ano eleitoral será “o da verdade”, quando será necessário mostrar “quem é quem” no Brasil. Essa abordagem sugere uma intenção de construir narrativas fortes em relação aos adversários, visando conquistar o eleitorado.
Ao encerrar a reunião, que ocorreu na Granja do Torto, a casa de campo da Presidência, Lula foi ainda mais incisivo sobre as táticas que pretende adotar. Ele revelou que solicitou um levantamento sobre as políticas sociais implantadas pelos possíveis adversários que são governadores, citando Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Junior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás).
Um discurso de campanha e expectativas para 2026
Lula, em tom de campanha, comentou que em comparação ao seu governo, “sinceramente, perto de nós, eles [os adversários] não fizeram nada”. Essa afirmação, transmitida pelos canais oficiais do governo, indica que o presidente está disposto a se posicionar fortemente em relação ao que considera as falhas de gestão dos adversários. A expectativa é que esse tipo de discurso movimente a base eleitoral e mobilize seus apoiadores para o próximo pleito.
Com as estratégias delineadas e a equipe motivada, Lula se mostra preparado para enfrentar o desafio das urnas em 2026. O compromisso em alinhar a equipe e fortalecer as políticas públicas será fundamental para sua campanha, que promete ser uma das mais disputadas dos últimos anos.



