O dólar iniciou a sessão desta quarta-feira (17) em alta, subindo 0,83% e cotado a R$ 5,5080, enquanto o Ibovespa permanece de lado, com os investidores atentos a fatores políticos e econômicos que moldam o humor do mercado. O cenário internacional, especialmente declarações de Donald Trump e tensões na Venezuela, influencia a valorização do dólar, enquanto a pesquisa eleitoral brasileira impacta a bolsa.
Fatores internacionais impulsionam o dólar
Nos Estados Unidos, discursos de dirigentes do Federal Reserve, como Christopher Waller, John Williams e Raphael Bostic, apontam para uma possível continuidade no ciclo de afrouxamento monetário, visando estimular a economia. Diante dessa perspectiva, o dólar avançou globalmente nesta manhã, refletindo a busca por segurança dos investidores em meio às tensões internacionais.
Donald Trump deve se pronunciar à noite em suas redes sociais, com destaque para a escalada de tensões envolvendo a Venezuela. Na véspera, o ex-presidente afirmou que o país sul-americano estaria “completamente cercado” e determinou o bloqueio total a petroleiros sancionados, além de acusar o governo venezuelano de se apropriar de petróleo e terras dos EUA. Essas declarações aumentam a aversão ao risco e fortalecem o dólar perante outras moedas.
Marcha da pesquisa eleitoral no Brasil e seus reflexos
No cenário doméstico, uma nova pesquisa eleitoral neste meio de setembro passou a influenciar as operações, ampliando a volatilidade da bolsa brasileira. O levantamento mostra Lula na liderança da corrida presidencial de 2026, seguido por Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, fortalecendo expectativas de continuidade no cenário político atual.
Na terça-feira, o Ibovespa caiu 2,4%, encerrando uma sequência de quatro altas consecutivas. O índice chegou a recuar para 158.577 pontos após tocar máximas acima de 162 mil pontos, refletindo o clima de maior cautela entre os investidores, que também passaram a buscar proteção no dólar e a exigir juros mais altos na compra de títulos públicos.
Impacto das bolsas globais e sinais de desaceleração econômica
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street tiveram queda nesta manhã devido aos sinais de desaceleração da economia norte-americana, o que aumenta a expectativa de nova rodada de cortes na taxa de juros pelo Fed. O Dow Jones caiu 0,08%, o S&P 500 recuou 0,24% e a Nasdaq perdeu 0,33%, indicando o nervosismo dos investidores.
Na Europa, as bolsas operavam com leves altas apoiadas por setores financeiro e de saúde, enquanto ações de tecnologia e defesa limitaram as altas. O índice Stoxx 600 subiu 0,2%, e outros mercados europeus, como DAX alemão e CAC francês, tiveram leves avanços.
Já na Ásia, as bolsas fecharam em baixa, pressionadas pela expectativa de dados econômicos dos EUA e por sinais de fragilidade na economia chinesa. Hong Kong, Xangai e Tóquio apresentaram quedas, alimentando o cenário de cautela global. Os investidores aguardam novos estímulos para impulsionar as bolsas internacionais.
Desempenho do dólar e da bolsa brasileira
Segundo dados disponíveis, o dólar acumula alta de 0,96% na semana, de 2,39% no mês e uma queda de 11,61% no ano, sinalizando uma certa estabilidade na sua valorização diante das tensões internacionais. Já o Ibovespa teve queda de 1,36% na semana, uma leve baixa de 0,31% no mês, mas mantém alta de 31,84% no acumulado anual, impulsionado por fatores domésticos e globais.
Analistas destacam que a combinação de volatilidade política e econômica, aliada às tensões internacionais, reforça a preferência dos investidores pela segurança do dólar em momentos de maior incerteza. Recentemente, a divulgação de pesquisas que favorecem a permanência do atual governo também reforçou a preocupação com o cenário político brasileiro.
Perspectivas e próximos passos
De olho na volatilidade, o mercado aguarda novos pronunciamentos de dirigentes do Federal Reserve e as próximas movimentações nas pesquisas eleitorais no Brasil. A expectativa é de que, com o avanço do cenário político e internacional, o dólar permaneça com tendência de alta de curto prazo, enquanto a bolsa brasileira pode continuar vulnerável às oscilações eleitorais e externas.
Para mais informações, acesse a matéria completa no site do G1.


