Brasil, 17 de dezembro de 2025
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Impactos do acordo UE-Mercosul para o agro brasileiro

A União Europeia anunciou, nesta quarta-feira (17), um acordo provisório sobre mecanismos de salvaguardas para produtos agrícolas ligados ao tratado comercial com o Mercosul. A assinatura do acordo, prevista para este sábado (20), em Foz do Iguaçu, ainda enfrenta resistência de alguns países europeus, especialmente França e Itália, que demandam medidas extras de proteção aos seus agricultores.

Salvaguardas e proteções para agricultores do Mercosul

O texto, embora não faça parte do acordo formal, busca atender aos produtores europeus preocupados com o aumento das importações de produtos do Mercosul, especialmente do Brasil. Segundo a Comissão Europeia, o mecanismo permitirá suspender o acesso preferencial a certos produtos agrícolas, como carne bovina, aves e açúcar, caso o volume de importações aumente mais de 8% ao ano ou os preços caiam na mesma proporção em países da UE.

“O objetivo é equilibrar o livre comércio com a proteção dos agricultores europeus”, afirmou a Comissão Europeia, destacando que o gatilho para investigação será acionado mediante aumento de importações acima desse percentual.

Reações internas e negociações em andamento

Apesar do avanço, o acordo ainda enfrenta obstáculos políticos na Europa. Países liderados por França e Itália expuseram sua resistência, solicitando garantias adicionais para o setor agrícola. Na terça-feira (16), o Parlamento Europeu votou por um nível de ativação mais baixo, de 5%, mas, após negociações, ficou decidido que esse limite será de 8%, segundo a presidência dinamarquesa da UE.

Representantes do Parlamento e do Conselho da UE trabalham na finalização do entendimento, incluindo a elaboração de verificações nos países do Mercosul para assegurar o cumprimento de normas de segurança alimentar, uso de pesticidas e bem-estar animal.

Consequências para o Brasil e o setor agrícola

Para o Brasil, o maior parceiro do Mercosul no acordo, o tema gera preocupação. A redução de tarifas e o aumento de exportações poderiam impulsionar a geração de alimentos brasileiros no mercado europeu, mas também ampliam o risco de desvalorização de preços internos e impacto na competitividade dos setores mais vulneráveis.

Especialistas do setor agrícola avaliam que a implementação dessas salvaguardas será crucial para evitar prejuízos aos produtores nacionais, sobretudo na pecuária e na produção de açúcar.

Perspectivas futuras e o cenário internacional

Com a assinatura provável do acordo no sábado, a expectativa é de que o comércio entre UE e Mercosul possa se fortalecer, mas a proteção dos agricultores europeus permanece prioridade. Para o agronegócio brasileiro, o desafio será adaptar-se às regulações e garantir a competitividade frente às novas medidas de salvaguarda.

Segundo especialistas, o sucesso do tratado dependerá do equilíbrio entre liberalização comercial e salvaguardas, de modo a garantir benefícios para ambos os blocos sem comprometer setores econômicos essenciais no Brasil.

Mais detalhes sobre as negociações e impactos podem ser acompanhados na matéria do G1.

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