Na quinta-feira (17), a governadora de Nova York, Kathy Hochul, anunciou que irá assinar uma lei que legaliza o suicídio assistido, tornando o estado o 13º americano a permitir a prática. A decisão ocorre após a aprovação pelo legislativo estadual e provoca forte protesto de líderes católicos e grupos defensores da vida.
Detalhes da nova legislação de suicídio assistido em Nova York
A lei permite que pacientes terminais tenham acesso a medicamentos para encerrar suas vidas de forma assistida. Hochul declarou que a assinatura da lei será oficializada após a inclusão de salvaguardas, como período de espera, requisição registrada para a morte e avaliações médicas. A lei entrará em vigor seis meses após a assinatura, conforme anunciado.
Reações da Igreja Católica e de líderes religiosos
Cardinal Timothy Dolan, arcebispo de Nova York, e os demais bispos do estado emitiram comunicados expressando profunda preocupação com a iniciativa. “Esta legislação põe em risco os mais vulneráveis, promover o suicídio é um grave mal moral e contradiz a dignidade de toda vida humana”, afirmaram em uma declaração conjunta.
Durante uma breve reunião com Hochul no verão, Dolan pediu que ela reconsiderasse a assinatura do projeto, ressaltando os riscos morais e sociais da lei.
Impactos sociais, éticos e de saúde mental
Críticos alertam que o projeto de lei pode facilitar o abuso e a violação de direitos de pessoas vulneráveis. Matt Vallière, líder do Patients’ Rights Action Fund, apontou que as salvaguardas existentes são insuficientes e que os riscos, como coerção ou erro médico, permanecem elevados.
O grupo cita casos trágicos, como o de Eileen Mihich, que morreu sob um procedimento de suicídio assistido após lutar contra problemas de saúde mental, levantando dúvidas sobre a proteção de pessoas em sofrimento psicológico.
Preocupações com saúde mental e alternativas à morte assistida
Os bispos também destacaram que a lei pode prejudicar os esforços contra o suicídio e a ampliação de cuidados paliativos — tratamentos que visam aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida em doenças graves.
“A sociedade deve investir em cuidados paliativos, não na facilitação do suicídio, especialmente para aqueles que mais precisam de apoio e esperança”, afirmaram. Vallière acrescentou que é necessário ampliar o acesso a esses serviços, que ainda estão subutilizados em Nova York.
Perspectivas futuras e apelo doscles
A campanha contra a lei continuará com apelos para que o estado priorize a proteção da vida e invista em políticas de cuidado, reforçando a dignidade de pacientes inconformados e vulneráveis. Os bispos pedem que cidadãos rejeitem a prática e promovam uma cultura de vida, com ênfase na compaixão através de hospice e cuidados paliativos.
A controvérsia evidencia o debate ético e moral que cerca a legalização do suicídio assistido nos Estados Unidos, em um momento em que a proteção às pessoas mais frágeis se torna uma questão de direitos humanos e de valores morais universais.

