Brasil, 17 de dezembro de 2025
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Flávio Bolsonaro se apresenta como candidato moderado em encontro com empresários

Flávio Bolsonaro, senador e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, declarou, após um evento fechado com empresários em São Paulo, que se considera um candidato moderado e equilibrado, buscando confiança da população para apresentar um “melhor projeto para o Brasil”. A reunião, que aconteceu com cerca de 40 empresários no meio da tarde de segunda-feira, foi um passo estratégico na tentativa de posicionar Flávio como uma alternativa viável na corrida presidencial de 2026.

Encontro com empresários e compromisso com a economia

O evento, marcado inicialmente para meio-dia, atrasou cerca de três horas devido à votação do PL da Dosimetria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde Flávio exerce seu mandato. O anfitrião da recepção foi Gabriel Rocha, sobrinho do presidente do conselho do grupo que controla a Riachuelo. Durante o encontro, Flávio se esforçou para “acalmar” os presentes, afirmando que não havia “ruído” nas relações entre a família Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e líderes dos partidos do “Centrão”, incluindo União Brasil, PP e MDB.

Durante sua apresentação, Flávio deixou claro que deseja manter a política econômica do ex-ministro Paulo Guedes, prometendo continuar com privatizações e concessões, além de garantir uma postura liberal na economia e uma gestão focada no equilíbrio fiscal. Os empresários presentes notaram que ele repetiu as mesmas perguntas que foram feitas em um almoço anterior na sede do banco suíço UBS, questionando a continuidade de sua candidatura e o papel do governador Tarcísio em sua campanha.

Desafios na pesquisa de intenção de voto

Flávio Bolsonaro se apresentou como o candidato mais “light” da família, enfatizando seu perfil liberal e propenso ao diálogo, especialmente ressaltando a importância do apoio de Tarcísio para ampliar seu alcance entre os eleitores indecisos. Entretanto, segundo interlocutores, ele ainda precisa elaborar um programa econômico mais robusto para ganhar apoio significativo.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Gerp, menos convencional no meio político, coloca Flávio empatado tecnicamente com Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno, recebendo mais de 40% dos votos válidos. Por outro lado, uma pesquisa mais recente da Genial/Quaest, que segue uma metodologia mais tradicional, mostrou Flávio à frente de outros governadores de direita, mas Lula lidera com 46% das intenções de voto, contra 36% do senador.

A rejeição e o conhecimento do eleitor

Um dos aspectos mais preocupantes para a campanha de Flávio é sua taxa de rejeição. De acordo com os dados coletados, 60% dos eleitores afirmam que não votariam nele, refletindo um desafio significativo para sua candidatura. Em comparação, Lula tem 54% de rejeição e Tarcísio apresenta seu nome desconhecido por 28% do eleitorado.

Ao longo das últimas semanas, Flávio vem ampliando seus encontros e diálogos com empresários, incluindo um almoço na sede do Banco UBS, onde outros influentes do mercado estiveram presentes. Esse movimento tem o objetivo de consolidar sua imagem de candidato aberto ao diálogo, uma estratégia que o distancia dos métodos mais radicais da ala mais conservadora de sua família, representada por seus irmãos Eduardo e Carlos.

Expectativas em torno da candidatura

Apesar das tentativas de Flávio de se distanciar da imagem de radicalismo, muitos analistas e economistas acreditam que o governador Tarcísio de Freitas tem uma capacidade maior de se eleger ao Palácio do Planalto se decidir entrar na corrida presidencial. Isso ficou evidente quando, no dia do anúncio da candidatura de Flávio, o Ibovespa caiu 8 mil pontos e o dólar disparou para seu maior patamar do ano, uma resposta negativa do mercado financeiro que reflete a incerteza em torno de sua candidatura.

Com uma abordagem que busca apoio em setores da economia, Flávio Bolsonaro tenta desafiar a narrativa “anti-establishment” que tradicionalmente atrai os eleitores mais à direita, mostrando-se mais conciliador na busca por respaldo numa possível candidatura. Contudo, os desafios permanecem, e o futuro eleitoral de Flávio dependerá de sua capacidade de construir uma base sólida de apoio e de desenvolver um programa econômico que convença o eleitorado.

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