O dólar comercial fechou nesta quarta-feira (17) vendido a R$ 5,522, com alta de R$ 0,06 (+1,09%), atingindo o maior valor desde o início de agosto. A cotação operou em forte alta ao longo do dia, chegando a R$ 5,53 por volta das 14h, após uma sequência de quatro dias de elevação.
Mercado em movimento inflacionário e político
A alta do dólar reflete tanto fatores internos quanto externos. No cenário internacional, o dólar apresentou pequena valorização diante de outras moedas globais, após a geração de empregos nos Estados Unidos em novembro ter ficado acima do esperado. Segundo a Agência Brasil, a moeda sobe 3,5% em dezembro, mas registra uma queda de 10,63% no acumulado de 2025.
Porém, o clima político e econômico interno pesou ainda mais nas negociações. O mercado foi impactado pelo ambiente de incertezas acerca das pré-candidaturas às eleições presidenciais do próximo ano e pela indefinição sobre o início do corte da Taxa Selic pelo Banco Central. A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira (16), não esclareceu quando a redução dos juros começará, o que mantém os juros elevados e provoca a saída de recursos da bolsa para a renda fixa.
Câmbio e fatores sazonalidade
Na atual temporada, as remessas de lucros de filiais de empresas estrangeiras para outros países, típica de fim de ano, também têm aumentado a demanda por dólares, contribuindo para a valorização da moeda. Esse movimento pressiona a cotação e reforça a instabilidade do mercado cambial.
O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechou aos 157.327 pontos, com recuo de 0,79%, marcando a segunda queda consecutiva. Segundo analistas, fatores internos, como o descolamento da política fiscal e monetária, continuam a influenciar as oscilações do mercado de ações.
Perspectivas para os próximos dias
Especialistas destacam que a trajetória do dólar e do Ibovespa ainda depende de vários fatores externos, como a política de juros dos Estados Unidos, e internos, como as definições do Banco Central. A expectativa é de maior volatilidade até que haja clareza sobre a política de juros e o calendário eleitoral.
Para acompanhar a evolução do mercado e decisões do Banco Central, o mercado aguarda novos sinais sobre a política de juros e possíveis medidas econômicas que possam estabilizar a moeda e impulsionar a bolsa.


