Brasil, 17 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Boxeador iraniano condenado à morte enfrenta execução iminente

O boxeador iraniano Mohammad Javad Vafaei-Sani, condenado à morte por pertencer a uma organização considerada ilegal pelo governo, enfrenta uma execução “iminente”. O alerta foi dado por diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) e pela oposição exilada na última quarta-feira. Vafaei-Sani, que tem 30 anos e foi vice-campeão mundial de boxe, teve seu pedido de novo julgamento negado, e agora sua situação é delicada. O Conselho Mundial de Boxe (WBC), uma das principais federações de boxe do mundo, juntamente com figuras proeminentes do esporte, como a ex-tenista Martina Navratilova, fizeram apelos ao Irã pedindo clemência em relação ao atleta.

Histórico da condenação e situação atual

O boxeador foi preso em 2020, após participar de manifestações antigovernamentais em 2019. Ele foi acusado de ser membro dos Mujahedin do Povo do Irã (MEK), uma organização que atua contra o regime iraniano e que é proibida no país. Como resultado da sua suposta associação, Vafaei-Sani foi condenado à morte sob a acusação de “corrupção na terra”. Recentemente, o caso dele foi transferido para o órgão responsável pela execução de sentenças, após a Suprema Corte iraniana rejeitar seu pedido de novo julgamento, de acordo com a Human Rights Activists News Agency (HRANA), uma ONG americana.

A situação é alarmante. A mídia estatal iraniana só noticiou o caso na quarta-feira, realçando a possibilidade de uma execução acelerada. A mãe do boxeador recebeu permissão para visitá-lo na prisão, uma prática comum no Irã para aqueles que estão prestes a ser executados.

Reações e apoio internacional

O Conselho Nacional da Resistência do Irã (CNRI), um braço político do MEK, expressou preocupação com a vida de Vafaei-Sani, afirmando que ele se encontra em uma situação de “grave perigo”. Shahin Ghobadi, porta-voz da CNRI, destacou que o boxeador foi alvo de “tortura intensiva” por parte das autoridades iranianas, que tentaram forçá-lo a renunciar suas ligações com a organização. Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor da ONG Iran Human Rights, reforçou a preocupação, afirmando que Vafaei-Sani enfrenta uma execução próxima e que ele foi torturado para obter confissões forçadas.

No mês passado, mais de 20 atletas de várias partes do mundo apelaram aos seus governos para que intervenham em favor do boxeador, alertando que a execução dele seria um aviso para qualquer esportista que se manifestasse contra o regime. Entre eles estava o presidente do WBC, Mauricio Sulaimán Saldívar, que afirmou que a execução seria um ataque aos valores do esporte e à dignidade humana.

Aumento da violência e repressão no Irã

Esses eventos ocorrem em um contexto de crescente repressão no Irã, que se intensificou desde junho de 2022. De acordo com dados da Iran Human Rights (IHR), até o final de novembro de 2025, pelo menos 1.426 pessoas foram executadas no país. Essa estatística alarmante demonstra uma tendência preocupante no uso da pena de morte como ferramenta de controle social e repressão política.

Além da situação de Vafaei-Sani, diversas outras pessoas estão enfrentando a mesma possibilidade de execução devido a motivos políticos ou à sua participação em manifestações contra o regime. A combinação de tortura, condenações infundadas e a falta de transparência no sistema judicial iraniano contribui para a crescente preocupação das ONGs e da comunidade internacional.

A mobilização para salvar Vafaei-Sani e outros prisioneiros de consciência é crucial. A sociedade civil, tanto dentro quanto fora do Irã, continua a lutar por justiça e por direitos humanos, clamando por uma mudança significativa na abordagem do governo em relação à dissidência.

As próximas horas e dias são vitais para o futuro de Mohammad Javad Vafaei-Sani, que continua a ser um símbolo da luta contra a opressão e pela liberdade de expressão no Irã.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes