Brasil, 17 de dezembro de 2025
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Ambassador Charles Kushner critica resposta da França ao antisemitismo

Em novembro, o embaixador dos Estados Unidos na França, Charles Kushner, fez uma duríssima avaliação sobre o combate ao antisemitismo no país, acusando o governo francês de ignorar a escalada de episódios de ódio à comunidade judaica. Sua entrevista a Vivienne Walt, publicada por TIME França, revela uma visão crítica e preocupada sobre a situação.

Embaixador denuncia silêncio e abandono

Kushner contou que, ao conversar com diferentes comunidades judaicas na França, percebeu que a maioria vive com medo e se sente totalmente abandonada pelo governo francês. “Pessoas dizem que não podem mais se identificar como judeus, pois serão perseguidas”, explicou. Como filho de sobreviventes do Holocausto, ele afirmou que a situação é “muito pessoal”.

O diplomata também criticou duramente a resposta pública do presidente Emmanuel Macron, que reagiu com irritação à sua carta enviada em julho, na qual acusava a França de negligenciar a questão. “Macron ficou muito bravo, assim como o ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, dizendo que não era da minha competência seperti diplomata falar sobre esses assuntos,” declarou Kushner.

França perdeu o rumo, segundo Kushner

O embaixador destacou que seu objetivo não é apenas fazer críticas, mas afirmar que “a França perdeu seu caminho”. Ele revelou que recebeu apoio de senadores e congressistas americanos, bem como de empresários, que concordam com seu diagnóstico de uma nação que não está lidando adequadamente com o problema.

“Minha mensagem é clara: o combate ao ódio, ao antisemitismo, deve ser prioridade de um país civilizado”, disse Kushner. Ele admitiu que sua postura é séria e que não busca ser o diplomata mais polido, mas sim alguém que representa seus valores com integridade.

Preocupação com a educação e o futuro dos jovens

Outro ponto abordado pelo embaixador foi a educação nas escolas francesas. Ele revelou que, segundo estudos recentes, cerca de 46% dos jovens entre 18 e 29 anos nunca ouviram falar do Holocausto, uma estatística que ele considera preocupante. Kushner questiona se o ensino do tema é eficaz ou se há uma deficiência na formação dos professores.

“Se ensinamos sobre a Segunda Guerra Mundial, como pode ser que uma parcela significativa dos jovens não saiba o que aconteceu aos seis milhões de judeus?” ele ponderou. Para ele, é fundamental que a história seja bem transmitida às novas gerações para evitar o crescimento do ódio e da intolerância.

Perspectivas futuras e apelo por mudanças

Charles Kushner reforçou sua esperança de que a França possa reverter o quadro de crescente antisemitismo, mas alertou que é preciso uma mudança de postura por parte do governo e da sociedade francesa. “Se o país não agir com firmeza, continuará a perder seu caminho de qualidade e civilidade”, concluiu.

Este caso demonstra o peso da diplomacia na denúncia de problemas internos e revela uma visão de olhos atentos às ações necessárias para combater o ódio e promover a cultura de respeito mútuo na França.

Para mais detalhes sobre a atuação internacional na luta contra o antisemitismo, leia também este artigo da TIME.

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