Nesta quarta-feira, às 14h, em Doha, o Flamengo se prepara para enfrentar o Paris Saint-Germain na final da Copa Intercontinental, e uma canção ressoa nas arquibancadas: “Em dezembro de 81”. Essa paródia, que homenageia a famosa “Primeiros Erros”, da banda Capital Inicial, tornou-se um verdadeiro hino da torcida rubro-negra e simboliza a esperança de reviver a glória mundial novamente.
A origem de um hino
A história da música “Em dezembro de 81” tem suas raízes em uma comunidade do Orkut, onde o auxiliar de farmácia e YouTuber Eric Barceleiro estava imerso em um fórum dedicado à criação de novos hinos para torcidas. Com o Mundial conquistado em 1981 como referência, ele decidiu adaptar a melodia de “Primeiros Erros”, uma canção icônica do Acústico MTV, lançado em 2000. O resultado inicial, porém, surgiu de forma despretensiosa.
Após muitas colaborações de outros membros da comunidade, a paródia foi finalizada em 2011, e sua letra fala sobre os triunfos do Flamengo na famosa final contra o Liverpool: “Em dezembro de 81 / Botou os ingleses na roda / 3 a 0 no Liverpool / Ficou marcado na história…” Essas estrofes capturam um triunfo que os torcedores guardam com carinho.
A ascensão da música
Eric Barceleiro recorda que foi em 2017 que “Em dezembro de 81” começou a ganhar popularidade. Vídeos da torcida cantando a música na saída do Maracanã se tornaram virais, mesmo em um ano em que o Flamengo passou por dificuldades na Libertadores, mas ainda assim alcançou a final da Sul-Americana. Foi em 2019, no entanto, que a música realmente desabrochou, celebrando o “ano mágico” do Flamengo.
A final da Libertadores em 2019, disputada em Lima, testemunhou a música ressoando nas arquibancadas no momento crucial do jogo. Quando Gabigol marcou os gols que garantiram o bicampeonato, “Em dezembro de 81” se tornou um grito de guerra. Eric, que não pode estar presente na final, se emocionou ao ouvir sua composição ao fundo da grande conquista.
Um legado que ultrapassa fronteiras
O sucesso de “Em dezembro de 81” escapou das arquibancadas e chegou até Kiko Zambianchi, compositor original da canção. Após um trabalho insistente, Eric Barceleiro passou a receber royalties pela sua versão, e a canção passou a integrar o repertório de algumas apresentações de artistas como Buchecha e Ivo Meirelles.
O vocalista do Capital Inicial, Dinho Ouro Preto, embora não tenha participado da versão, celebrou o sucesso da paródia, ressaltando a aproximação entre o rock e os torcedores. Para ele, a música se tornou um veículo para apresentar o rock a um público mais amplo, algo que surpreendeu a própria banda.
O poder da música na arquibancada
Segundo o baterista Fê Lemos, o impacto da música na torcida é inegável. “A música ajuda a criar um clima, uma energia favorável ao time”, afirmou. Ele acredita que a canção tem contribuído para a conexão entre a torcida e os jogadores, ampliando a emoção nas partidas.
Esse sentimento de união é explicado por Eric, que testemunhou a torcida cantando em uníssono, criando uma atmosfera que incendeia o estádio e conecta todos em um só objetivo. “A música é profundamente emocional”, diz ele, “amplifica essa união e cria momentos de catarse”.
À medida que o Flamengo se prepara para a final em Doha, a expectativa de que “Em dezembro de 81” eleve ainda mais a energia nas arquibancadas é palpável. Os torcedores esperam que sua canção os leve novamente à glória mundial, mantendo viva a chama das conquistas passadas e a esperança de futuras vitórias.


