O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira que os Correios apresentaram uma proposta de empréstimo de R$ 12 bilhões, a qual está em análise pelo Tesouro Nacional. Segundo Haddad, a operação conta com garantias do governo, mas não prevê um aporte direto no momento, devido às restrições fiscais atuais.
Detalhes da proposta e condições do empréstimo
De acordo com Haddad, o financiamento está previsto para ser realizado em duas etapas: R$ 10 bilhões neste ano e o restante em 2026. As negociações envolvem bancos como Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, com juros equivalentes a 115% do CDI, próximo à taxa Selic. O prazo de pagamento será de 15 anos, com três anos de carência.
“A taxa máxima já está negociada pela Fazenda, para ficar dentro dos parâmetros considerados razoáveis. A proposta está dentro do teto de 120% do CDI, e o aporte está descartado neste momento”, afirmou o ministro em entrevista ao Ministério da Fazenda. Ainda há expectativa de que o aval da União seja aprovado até esta sexta-feira, embora o processo ainda não tenha sido formalizado pela estatal.
Contexto da reestruturação dos Correios
O apoio financeiro está condicionado à implementação de um plano de reestruturação que inclui cortes de gastos e aumento de receitas. Entre as medidas estão o desligamento de 15 mil funcionários — sendo 10 mil em 2026 e 5 mil em 2027 — por meio de plano de demissão voluntária (PDV) e o fechamento de 1 mil unidades. Além disso, o governo pretende firmar parcerias com o setor privado para ampliar os serviços oferecidos pela estatal.
Negociações anteriores e limitações
Em negociações anteriores, o pool de bancos, que reúne Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra, propôs um empréstimo de R$ 20 bilhões com juros superiores a 136% do CDI, o que foi recusado pelo Tesouro devido ao impacto elevado nas condições fiscais, já que o limite considerado aceitável é 120% do CDI.
Desafios e expectativas
Segundo interlocutores, a expectativa é que a operação seja autorizada pelo Ministério da Fazenda e pelo Tesouro ainda nesta semana, possibilitando a liberação dos recursos antes do final de 2025. A medida busca reforçar a reestruturação financeira dos Correios e garantir a continuidade das operações em um cenário de necessidade de modernização e sustentabilidade fiscal.
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