No cenário político brasileiro, os dados da pesquisa Genial/Quaest divulgados nesta terça-feira revelam uma insatisfação significativa entre os eleitores em relação à escolha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao indicar o senador Flávio Bolsonaro (PL) como seu sucessor. Com a marca de 54% dos entrevistados considerando a decisão um erro, o resultado levanta questionamentos sobre o futuro político da família Bolsonaro e as perspectivas para as próximas eleições em 2026.
Reação do eleitorado à indicação de Flávio Bolsonaro
O levantamento, que ouviu 2.004 eleitores entre os dias 11 e 14 de dezembro, mostra que apenas 36% dos participantes acreditam que a escolha de Flávio foi acertada, enquanto 10% não souberam ou não quiseram responder. A rejeição à indicação é expressiva: 62% afirmaram que “não votariam de jeito nenhum em Flávio”. Este dado se torna ainda mais relevante considerando que essa insatisfação acontece em um contexto onde a estratégia política do PL está fortemente fundamentada na continuidade da influência da família Bolsonaro.
Entre os eleitores que julgaram a escolha um erro, 19% preferem apoiar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), enquanto 16% optariam pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). No entanto, a aceitação de Flávio pelo eleitorado é notável ao indicá-lo como o candidato da direita mais competitivo para um possível segundo turno contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026.
Cenário eleitoral e preferências do eleitorado
Os dados também revelam que outros governadores que se posicionam como pré-candidatos no pleito de 2026, como Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União-GO), têm reconhecimento inferior, com menos de 10% de suporte em suas candidaturas. O levantamento também apontou que 21% dos eleitores acreditam que o sucessor do ex-presidente nas urnas não deve ser “nenhum desses”.
Quando Flávio Bolsonaro é testado como candidato no primeiro turno, suas intenções de voto variam de 21% a 27%, dependendo da lista de candidatos apresentada. Esse desempenho é comparado ao de Ratinho Júnior, que registrou 13%, enquanto Tarcísio de Freitas, Zema e Caiado anotaram 10%, 6% e 4%, respectivamente. O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PSDB), apareceu com 8% nas intenções de voto.
Implicações e os próximos passos
A pesquisa e os números apresentados têm implicações significativas para a estratégia política do PL e da família Bolsonaro. O fato de que 62% dos eleitores afirmam categoricamente que não apoiariam Flávio Bolsonaro apresenta um desafio considerável para sua candidatura. Essa resistência pode criar espaço para outros candidatos da direita e influenciar as alianças e movimentos políticos que o partido deverá fazer nos próximos meses.
Além disso, a pesquisa evidencia que, apesar da rejeição, Flávio Bolsonaro ainda se apresenta como forte candidato dentro do cenário da direita. No entanto, os líderes do PL e seus aliados terão que trabalhar arduamente para melhorar a imagem do senador e conquistar o apoio necessário para uma campanha vitoriosa.
Com a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, esses dados funcionam como um termômetro para a atual instabilidade no cenário político brasileiro. As decisões e articulações que se seguirão nas próximas semanas terão um papel decisivo na solidificação das candidaturas para 2026 e no futuro da política brasileira.



