Brasil, 31 de dezembro de 2025
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Lula cobra Macron e Meloni sobre acordo entre Mercosul e UE

Na busca por um progresso significativo nas negociações entre o Mercosul e a União Europeia (UE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo nesta terça-feira (16) aos líderes da França e da Itália, Emmanuel Macron e Giorgia Meloni, para que assumam a responsabilidade e garantam a assinatura do acordo comercial no próximo sábado (20), durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que acontecerá em Foz do Iguaçu, no Paraná.

A urgência de um acordo

Lula expressou suas expectativas, destacando a importância histórica de um acordo que vem sendo discutido há 26 anos. “Eu espero que o meu amigo Macron e a primeira-ministra Meloni da Itália assumam a responsabilidade”, afirmou o presidente. Ele enfatizou que sua ida a Foz do Iguaçu é impulsionada pela esperança de que os líderes tragam “a boa notícia” da assinatura do acordo, e que não tenham receio de perder competitividade ao negociar com o Brasil.

A resistência dos líderes europeus se deve, em parte, a preocupações com a proteção do setor agrícola na Europa. Nos últimos dias, a França solicitou à UE o adiamento dos prazos de assinatura do acordo, o que é visto como um sinal de hesitação da parte europeia em seguir adiante com o tratado. A Comissão Europeia espera obter a aprovação dos Estados-Membros até sexta-feira (19), aumentando a pressão sobre o desenrolar das negociações.

Desafios nas negociações

O presidente Lula comentou sobre a preocupação manifestada por Macron em relação aos produtores rurais franceses, que temem perder competitividade em um comércio mais aberto com o Brasil. “Mesmo eu dizendo para ele que o Brasil não compete com os produtos agrícolas da França. Na verdade, são coisas diferentes, são qualidades diferentes. E nós estamos cedendo mais do que eles”, argumentou Lula.

“O povo está muito rebelde na França”, ironizou o presidente em sua fala, sugerindo que a pressão interna pode estar influenciando a postura cautelosa dos líderes europeus.

Reuniões em busca de consenso

As declarações de Lula foram feitas durante a 10ª Reunião do Conselho de Participação Social, um órgão criado para assessorar a Presidência da República no diálogo com organizações sociais. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, também estava presente, indicando a importância do tema nas discussões do governo brasileiro.

Medidas de proteção para o setor agrícola

Adicionalmente, nesta terça-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma série de mecanismos de salvaguarda para o setor agropecuário da UE. Estas medidas são parte de um pacote que visa proteger agricultores europeus, permitindo que benefícios tarifários do Mercosul possam ser suspensos temporariamente se o bloco considerar necessário.

Essa nova abordagem torna o pacote legislativo mais rígido do que a proposta anterior apresentada pela Comissão Europeia em setembro. Com a aprovação das salvaguardas, os parlamentares europeus agora devem negociar um acordo com o Conselho Europeu, que se reunirá nos próximos dias. O sucesso dessa negociação poderá influenciar diretamente a assinatura do acordo entre o Mercosul e a UE.

Expectativas otimistas

Se tudo ocorrer conforme o esperado, a assinatura do acordo pode ocorrer ainda nesta semana. Caso isso se concretize, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajará ao Brasil para participar da Cúpula do Mercosul e firmar o tratado juntamente com o presidente Lula. Essa possibilidade gera expectativas de avanço nas relações comerciais entre a América do Sul e a Europa, representando não apenas um fortalecimento econômico, mas também uma ampliação dos laços diplomáticos entre as regiões.

A assinatura deste acordo representa um passo crucial na história econômica entre o Mercosul e a União Europeia e pode redefinir as dinâmicas comerciais globais, promovendo maior integração entre os dois blocos.

Com uma definição prevista para breve, o mundo aguarda para ver se os líderes europeus poderão atender ao chamado de Lula e garantir uma nova era nas relações comerciais através deste tão esperado acordo.

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