Em um cenário político conturbado, o senador e pré-candidato à presidência pelo PL, Flávio Bolsonaro, fez declarações polêmicas após o cantor sertanejo Zezé Di Camargo afirmar que o SBT “se prostituiu” ao receber o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, durante o lançamento do SBT News, realizado na última sexta-feira.
A crítica de Flávio Bolsonaro
Durante uma entrevista ao jornalista Léo Dias, Flávio se posicionou sobre as declarações de Zezé, caracterizando-as como um “exagero”, principalmente ao se referir às filhas de Silvio Santos, fundador da emissora. “É óbvio que não é uma coisa legal. Ele devia pedir desculpas por isso”, disse o senador, destacando a necessidade de diálogo civilizado em meio a divergências políticas.
O descontentamento de Zezé Di Camargo
Em contrapartida, Zezé manifestou sua indignação ao ver o comportamento do SBT no evento, apontando que a situação não reflete o que ele considera ser o pensamento de “grande parte do povo brasileiro”. O cantor, que se destacou por seu apoio ao bolsonarismo, revelou que não gostaria mais de ver seu Especial de Natal, “É Amor”, ir ao ar, devido a sua insatisfação com a emissora. “Eu não quero decepcionar as pessoas que pensam diferente”, afirmou o sertanejo.
Reflexões sobre a relação familiar
Zezé, que fez questão de lembrar o legado de Silvio Santos, disse que “filho que não honra pai e mãe não existe” e expressou tristeza por perceber que os filhos do apresentador estavam adotando uma postura contrária àquela defendida pelo paterno. “Isso não condiz com o que pensava Silvio Santos”, lamentou. Ele também ressaltou que suas opiniões foram moldadas pelo papel que a emissora desempenha no cenário político brasileiro, criticando a mudança no posicionamento da família Santos.
SBT News: um evento controverso
A inauguração do SBT News teve um tom inesperadamente cordial, onde Lula e seus adversários políticos, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, puderam compartilhar risadas e aplausos durante o evento. Esse clima descontraído gerou reações diversas, e o fato de Lula ter sido recebido pela família do saudoso Silvio Santos gerou um descontentamento em parte dos apoiadores do antigo governo.
Histórico de Zezé com o bolsonarismo
Não é a primeira vez que Zezé Di Camargo se posiciona de maneira crítica em relação a figuras e eventos do atual governo. Ele já havia defendido a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro durante um show em Porto Belo (SC), onde sua atitude foi amplamente recebida com apoio pelos fãs, notadamente aqueles que ainda mantêm um ideal político alinhado ao legado de Jair Bolsonaro. A relação entre músico e política se torna cada vez mais intrínseca, refletindo a polarização que domina o país.
Conclusão: a tensão entre arte e política
A troca de farpas entre Flávio Bolsonaro e Zezé Di Camargo exemplifica a crescente tensão entre o mundo da política e da arte no Brasil contemporâneo. Assim como muitos artistas, Zezé está se posicionando de forma clara em um cenário que cada vez mais demanda a manifestação de opiniões, inclusive nas artes. À medida que as celeumas se intensificam, resta saber como a sociedade reagirá a essas polarizações e até onde isso impactará a produção cultural e a recepção do público.



