O empresário do garimpo, Rodrigo Martins Mello, conhecido como Rodrigo Cataratas, fez uma declaração impactante ao informar que seu filho, Celso Martins Mello, foi preso pela Polícia Federal (PF) neste sábado, em Manaus, no âmbito de uma investigação que apura a fuga do deputado federal Alexandre Ramagem. A situação revela a complexidade das interações entre o mundo do garimpo e a política brasileira.
Prisão do filho e alegações de inocência
A assessoria de Rodrigo Cataratas emitiu uma nota esclarecendo os eventos relacionados à prisão de seu filho, Celso. De acordo com o comunicado, a detenção ocorreu após um mandado emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, em conexão com a investigação sobre a suposta fuga de Ramagem. Na nota, é afirmado que “a defesa recorre da decisão” e que o filho de Cataratas é inocente.
“A assessoria reforça a importância do respeito ao devido processo legal e à presunção de inocência, destacando que qualquer conclusão antecipada não condiz com os fatos”, completa a nota. Essa postura ressalta a confiança da família na justiça e a esperança de provar a inocência de Celso Martins Mello.
Cataratas responde às acusações
Na semana passada, Rodrigo Cataratas já havia se posicionado publicamente sobre as acusações que o envolviam, afirmando que estava sendo perseguido. Durante um vídeo postado em suas redes sociais, o empresário relatou sua amizade com Ramagem e questionou a narrativa de uma suposta fuga. O empresário argumentou que “quando ele esteve em Roraima pela última vez, não existia nenhuma condenação contra ele”, enfatizando que a ideia de fuga era “falaciosa”.
Cataratas ainda mencionou que radicalizações políticas podem ser um forte fator para a perseguição a figuras como ele, que se identificam mais com a direita política. “Todos aqui somos de direita e somos perseguidos”, expressou ele. O garimpeiro também comentou sobre a existência de fotos suas com Ramagem em redes sociais, afirmando que isso não é um crime e enfatizou a falta de evidências para as alegações de fuga.
Impacto da investigação e contexto político
Cataratas, que atualmente se apresenta como pré-candidato ao Senado pelo PRD, já foi candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados. Em sua declaração de bens, ele mencionou possuir R$ 4,5 milhões em dinheiro vivo, 10 aeronaves e 11 veículos, totalizando um patrimônio que anuncia R$ 33,6 milhões. Essa trajetória coloca Cataratas em uma posição de destaque dentro do “Movimento Garimpo é Legal”, que defende a legalização da exploração mineral.
Além disso, ele tem negócios na Guiana, país que, segundo apurações, foi a rota de fuga de Ramagem em direção aos Estados Unidos. A investigação da PF descobriu que o deputado federal chegou a esse país vizinho pelo município de Bonfim, que faz divisa com a cidade de Lethem.
Passado criminal e repercussões na família
A investigação sobre Rodrigo Cataratas não é nova; em janeiro de 2024, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por suspeita de incendiar um carro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e por ter invadido um pátio da Polícia Federal para queimar um helicóptero do órgão. Além disso, ele enfrenta três processos na Justiça Federal relacionados à exploração ilegal de ouro em Roraima.
O envolvimento do filho, Celso, na questão legal não é um caso isolado. Em 2022, ele foi preso por suspeita de explorar ilegalmente ouro na Terra Indígena Yanomami, embora tenha sido liberado dias depois. Essa dinâmica familiar associada a atividades ilegais no garimpo coloca ambos sob intenso escrutínio público e jurídico.
Desdobramentos futuros
Com a prisão de Celso e a sua defesa ativa, o desfecho dessa história ainda está por vir. O cenário atual demanda uma análise atenta por parte da sociedade e da Justiça, que agora observa não apenas o futuro político de Rodrigo Cataratas, mas também as implicações legais envolvendo toda a sua família.
A investigação em andamento sobre a fuga de Alexandre Ramagem e suas ligações com o garimpo pode impactar diversas esferas da política e da economia no Brasil, revelando a intrincada rede de relações entre políticos, empresários e atividades ilegais.



