No último domingo (14/12), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) formalizou sua renúncia ao mandato, o que levou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a convocar o suplente Adilson Barroso (PL-SP) para ocupar a vaga deixada pela parlamentar. Essa medida está em conformidade com o regimento interno da Câmara e com a legislação eleitoral, após comunicação oficial da Secretaria-Geral da Mesa.
Quem é Adilson Barroso?
Natural de Minas Gerais, Adilson Barroso é empresário e filiado ao Partido Liberal (PL) de São Paulo. Em sua biografia na Câmara, ele se apresenta como alguém com experiência política, mas sem detalhar sua formação acadêmica. Barroso é conhecido por seus alinhamentos com a ala bolsonarista e demonstra apoio público ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A trajetória política de Barroso é diversificada. Ele iniciou sua carreira ao ser eleito vereador em Barrinha, interior paulista, em 1988 pelo PTB, sendo reeleito em 1992. Entre 1997 e 2002, ocupou o cargo de vice-prefeito da mesma cidade. Em 2002, foi eleito deputado estadual por São Paulo pelo Prona, cargo que ocupou até 2010. Após um período fora da esfera política, retornou em 2016 como vereador.
Histórico partidário
O parlamentar foi um dos fundadores do Partido Ecológico Nacional (PEN), que posteriormente foi rebatizado como Patriota. Barroso esteve no comando da sigla até 2021, quando foi afastado da presidência após negociações envolvendo a filiação de Jair Bolsonaro. Dependendo de um novo rumo, Barroso deixou o Patriota e se filiou ao Partido Liberal, onde em 2022 conquistou 62.445 votos, ficando em primeiro na lista de suplentes.
Mandatos recentes
Durante a legislatura atual, Barroso já exerceu um mandato na Câmara dos Deputados, ocupando temporariamente a vaga de Guilherme Derrite (PP-SP) entre 2023 e 2025, enquanto Derrite estava licenciado da Câmara. Após o retorno do titular, Barroso voltou a ser suplente até agora, quando foi chamado a assumir a vaga deixada por Zambelli.
Contexto da renúncia de Carla Zambelli
A renúncia de Carla Zambelli ocorreu em meio a um cenário jurídico complexo. Na última quinta-feira (14/12), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a perda do mandato da deputada após a decisão da Primeira Turma do STF, que a condenou a 10 anos de reclusão por envolvimento na invasão, junto com um hacker, dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Zambelli se encontra presa na Itália, após deixar o Brasil para escapar das consequências legais de sua condenação.
Embora a Câmara tenha votado pela cassação do mandato de Zambelli, o resultado não atingiu a quantidade mínima para que a medida fosse aprovada. Com isso, Moraes determinou que, em casos de condenação criminal com trânsito em julgado, é o Judiciário quem deve decretar a perda do mandato, e a Mesa da Câmara deve apenas formalizar a declaração dessa perda.
Com a renúncia de Zambelli e a convocação de Adilson Barroso, o cenário político brasileiro continua a passar por transformações significativas, refletindo as complexidades e os desafios que cercam os mandatos e as responsabilidades dos representantes eleitos.
Adilson Barroso agora se prepara para assumir a nova função e angariar apoio dentro da Casa, onde já possui experiência e conexões políticas.
