Brasil, 20 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

PT aciona STF após Câmara manter mandato de Carla Zambelli

Nesta quarta-feira, 11 de dezembro, o Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou que irá entrar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) depois que a Câmara dos Deputados decidiu manter o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A decisão gerou controvérsia, pois o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, alegou que a condução do tema pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), desrespeitou ordens judiciais claras.

A votação na Câmara e os votos necessários

Durante a madrugada de quinta-feira, a Câmara não conseguiu atingir o número mínimo de votos necessários para cassar o mandato de Zambelli, que atualmente se encontra detida em prisão na Itália, cumprindo pena de 10 anos por decisão do STF. O resultado da votação foi de 227 votos a favor da cassação e 170 contrários; para que a medida fosse aprovada, seriam requeridos ao menos 257 votos.

“Estamos entrando com mandado de segurança no STF, visto que a condução foi equivocada e inadequada por parte do presidente Motta. A decisão do Supremo é clara. Na condenação de Zambelli, o ministro Moraes menciona, com base no artigo 55 da Constituição, que a mesa da Câmara deve efetuar o afastamento”, afirmou Farias após a votação.

Críticas à condução do processo

O líder do PT não hesitou em criticar a maneira como o assunto foi tratado. De acordo com ele, o caso não deveria sequer ter sido encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. “Motta gerou um problema para si próprio. Como é possível não cassar o mandato de Zambelli se há uma ordem judicial em vigor?”, questionou Farias. Ele reafirmou a decisão de recorrer ao Supremo, buscando uma definição quanto à obrigação do presidente da Câmara em atender a resolução judicial.

“Estaremos acionando o STF para que se reestabeleça a ordem e o respeito às decisões judiciais”, concluiu o deputado, enfatizando a importância do respeito ao devido processo legal no contexto político.

Entenda o caso de Carla Zambelli

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara havia aprovado um parecer que recomendava a cassação do mandato de Zambelli na quarta-feira, 10 de dezembro. Contudo, a votação no plenário não alcançou os votos necessários para efetivar a cassação, provocando a indignação de muitos parlamentares e gerando reações entre os líderes dos partidos envolvidos.

Atualmente, Carla Zambelli está presa na Itália aguardando o processo de extradição para o Brasil. Além disso, ela se encontra impossibilitada de participar de eleições devido a duas condenações que totalizam 15 anos e 3 meses de prisão.

As condenações se relacionam a eventos muito sérios. A primeira é pela sua participação intelectual na invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que incluiu a colaboração com o hacker Walter Delgatti. Juntos, eles criaram documentos falsos, incluindo um mandado de prisão inventado para o ministro Alexandre de Moraes.

A segunda condenação diz respeito ao porte ilegal de arma e à prática de constrangimento ilegal, que ocorreu quando Zambelli perseguiu um apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com uma arma em punho, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Diante deste cenário complexo, o desdobramento judicial promete novos desafiadores para a política brasileira, especialmente no que diz respeito ao respeito das decisões judiciais e da atuação legislativa. O que ocorrerá a seguir dependerá das decisões do STF e da postura dos líderes políticos e seus respectivos partidos.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes