Na manhã desta quinta-feira (11), a Polícia Civil do Piauí prendeu um casal de colombianos na segunda fase da Operação Macondo. Eles são suspeitos de agiotagem, lavagem de dinheiro e extorsão, gerenciando um sistema de cobranças de dívidas com juros superiores a 30%. Em decorrência das investigações, a Justiça bloqueou R$ 5 milhões das contas dos suspeitos.
A atuação dos suspeitos e o impacto sobre as vítimas
De acordo com o delegado Felipe Bonavides, coordenador da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (Feisp), os presos residiam no Chile antes de se mudarem para o Brasil, onde estão há cerca de seis anos. Bonavides destacou que o casal ocupa uma posição hierárquica superior aos presos na primeira fase da operação, que incluiu 14 colombianos e um venezuelano em 11 de novembro. Enquanto os outros eram conhecidos como “targeteiros” e cobradores, o casal gerenciava essas operações, apresentando um padrão de vida mais elevado.
A primeira fase da operação foi desencadeada após denúncias de abusos. Desde então, a equipe policial recebeu novas informações e denúncias sobre casos de extorsão, ameaças, homicídios e até suicídios relacionados às cobranças agressivas. “Tudo é formatado de uma maneira para manter a pessoa presa nesse ciclo de dívida eterna”, explicou o delegado. Essas investigações estão em andamento e podem resultar em mais ações em Teresina e em outras partes do Piauí.
O ciclo da agiotagem: uma questão de vida ou morte
Uma das vítimas do esquema de agiotagem, que preferiu não se identificar, relatou que acumulou uma dívida de aproximadamente R$ 30 mil. Ele descreveu sua experiência como uma espiral sem saída, comparando sua dependência aos vícios de drogas: “Uma vez dentro, é muito difícil sair. É como se a pessoa fosse usuária de crack. Começou com R$ 300, e aí eu fui me enrolando, me enrolando, pedindo pra um, pedindo pra outro… Terminou nessa situação. Se eu não tivesse o apoio da minha esposa, eu teria cometido suicídio”, afirmou o homem, revelando a gravidade da situação enfrentada por muitos que se tornam vítimas dos agiotas.
Medidas de segurança e conscientização
O delegado Bonavides fez um apelo a todos que estão passando por situações semelhantes: “O ideal é que as pessoas que estejam sofrendo ameaças de agiotas procurem a unidade policial mais próxima e registrem um boletim de ocorrência. É possível realizar o boletim de ocorrência através do B.O Fácil, no WhatsApp: 0800 086 0190.” Essa orientação visa ajudar as vítimas a se libertarem do ciclo da agiotagem e buscar apoio legal.
A importância da denúncia
Esse caso evidencia a importância da denúncia e da valorização da vida. A agiotagem é um tema que causa impactos profundos na sociedade, e a atuação das autoridades é fundamental para desmantelar esses grupos criminosos. A operação Macondo busca não apenas prender os criminosos, mas também conscientizar a população sobre as consequências da agiotagem e os caminhos para a recuperação.
À medida que a investigação avança e mais informações são reveladas, a Polícia Civil espera que mais vítimas se sintam encorajadas a denunciar seus agressores. A proteção e a segurança da sociedade são prioridades, e as ações da Feisp refletem um compromisso em combater a criminalidade e promover condições mais seguras para todos.
O caso ainda promete novos desdobramentos, à medida que as investigações se intensificam e outras prisões podem ocorrer. A sociedade deve permanecer atenta e unida na luta contra a agiotagem e seus efeitos devastadores.



