Brasil, 24 de dezembro de 2025
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Polêmica na Câmara: expulsão de jornalistas gera protestos e debate sobre liberdade de imprensa

No dia 9 de dezembro, a expulsão de jornalistas do plenário da Câmara dos Deputados desencadeou um intenso debate sobre segurança e liberdade de imprensa. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), justificou a medida por razões de segurança, enquanto entidades representativas da imprensa clamam por respeito e um diálogo mais aberto.

A expulsão e suas justificativas

Durante a sessão, marcada por tensões, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou a Mesa Diretora em protesto contra a votação que poderia levar à cassação de seu mandato. Nesse contexto, Motta informou que a expulsão dos profissionais de imprensa tinha como objetivo garantir a segurança no plenário, uma alegação sustentada pelo Ato da Mesa nº 145/2020, que autoriza a Polícia Legislativa a tomar tais ações quando necessário.

“Em conformidade com o Ato da Mesa nº 145/2020, a Polícia Legislativa solicitou a retirada de assessores, servidores e profissionais de imprensa do plenário para garantir a segurança dos presentes”, explicou Motta em nota publicada dois dias após o incidente.

Após a retirada dos jornalistas, a situação se agravou. Glauber Braga foi retirado à força da mesa por policiais legislativos, e houve relatos de agressões contra a imprensa durante a operação. A transmissão da TV Câmara foi interrompida, gerando mais críticas à decisão tomada pela administração da Casa.

Reações da imprensa e da sociedade

A Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) classificou a expulsão como “extremamente grave” e apontou para um cerceamento à liberdade de informação. A presidente da Fenaj, Samira Castro, enfatizou que a justificativa de segurança não é suficiente, especialmente considerando as alegações de agressão física aos repórteres.

“Sobretudo porque eles não foram só retirados, eles foram retirados com truculência. A nota não nos convence porque era possível dialogar minimamente com aqueles trabalhadores que estavam ali fazendo o seu trabalho”, afirmou Castro.

Negociações frustradas e fechamento do plenário

Hugo Motta havia agendado uma reunião com representantes da imprensa para o dia 10, mas cancelou a reunião alegando falta de tempo. A falta de explicações e a proibição de entrada para os jornalistas nos dias subsequentes geraram mais insatisfação e desconfiança quanto aos procedimentos adotados pela Mesa Diretora.

Após o tumulto e os protestos, Motta lamentou os transtornos causados e garantiu que não havia intenção de limitar o exercício da atividade jornalística, mesmo assim, o clima de descontentamento predominou nas redondezas da Câmara dos Deputados.

Ato em defesa da imprensa

No dia seguinte, um grupo de jornalistas organizou um ato em defesa da liberdade de expressão e para protestar contra as agressões acontecidas no dia anterior. O evento chamou a atenção para os riscos que a imprensa enfrenta em um ambiente hostil, especialmente dentro das instituições democráticas.

O ato incluiu relatos de profissionais que foram agredidos durante a operação de retirada, com alguns necessitando de atendimento médico. A Associação Brasileira de Imprensa anunciou a intenção de processar o presidente da Câmara pelo que classifica como “violências cometidas pela Polícia Legislativa”.

Conclusão: um alerta para a democracia

A polêmica que emergiu da expulsão dos jornalistas ilustra um momento crítico para a liberdade de imprensa no Brasil. Tais eventos não apenas afetam a cobertura jornalística, mas também o próprio funcionamento da democracia, levantando questões importantes sobre a responsabilidade das instituições em garantir a liberdade de expressão e a segurança de todos os envolvidos.

O incidente deve servir como um chamado à reflexão para o respeito à liberdade de imprensa, assegurando que tanto a segurança quanto a transparência sejam preservadas nas atividades legislativas. À medida que a sociedade civil continua a exigir respostas, a expectativa por maior diálogo entre a imprensa e as instituições se torna mais urgente do que nunca.

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