A tragédia em Campos do Jordão, que culminou na morte de Cláudio Cândido Soares, de 51 anos, trouxe à tona a necessidade urgente de ações preventivas e regulamentares em áreas de risco. A Defesa Civil, que já avizara sobre os perigos do local, agora solicitará a demolição do imóvel que desabou na Vila Britânia, evidenciando as consequências da falta de regularidade nas construções em encostas.
Tragédia e os riscos identificados
O deslizamento de terra que atingiu a residência de Cláudio ocorreu em um terreno considerado instável. De acordo com informações da Defesa Civil, o local apresentava rachaduras devido ao encharcamento do solo provocado pelas intensas chuvas que atingiram a região. “Em julho, já havíamos solicitado ao proprietário a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), evidenciando a irregularidade da construção, mas nada foi feito”, afirmou José Carlos Antunes, coordenador da Defesa Civil. Este alerta se transformou em uma tragédia, levando à perda de uma vida e a desabrigados.
Assistência para os desabrigados
A situação dos vizinhos também requer atenção. Após o deslizamento, duas casas próximas foram interditadas, resultando em oito pessoas desabrigadas. A prefeitura de Campos do Jordão já tomou providências para acolher esses cidadãos na Casa de Passagem, onde eles recebem alimentação e os cuidados necessários, como atendimento médico e psicológico. “Se necessário, vamos ajudar essas pessoas a encontrar uma nova moradia”, garantiu a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.
Busca por soluções e suporte emergencial
Além da assistência emergencial, a prefeitura está mobilizada para garantir que as vítimas do deslizamento tenham acesso à ajuda contínua, incluindo o auxílio para mudança definitiva, caso a necessidade se mantenha. Enquanto isso, as equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros continuam a monitorar a área, com equipes de busca atentas a qualquer nova alteração no solo. “Estamos preparados para agir rapidamente em caso de novas movimentações de terra”, assegurou a corporação.
A realidade da infraestrutura nas encostas de Campos do Jordão
Esta tragédia reitera a importância de regulamentações e monitoramento em áreas suscetíveis a deslizamentos. Segundo dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, muitos imóveis em zonas de encosta apresentam irregularidades e histórico de riscos. As autoridades vêm realizando campanhas para conscientizar sobre a importância de construir em locais seguros, mas a reação à situação atual mostra que ainda há um longo caminho pela frente. O incidente reforça a crítica necessidade de fiscalização rigorosa e cumprimento das normas de construção, especialmente em áreas de risco.
Os efeitos das chuvas e a resposta da comunidade
As fortes chuvas que atingiram Campos do Jordão não provocaram apenas este deslizamento. Ao todo, mais de 50 árvores caíram na cidade, impactando a infraestrutura e causando danos significativos em várias regiões. A concessionária Elektro registrou mais de 350 chamados devido a falta de energia, que ainda afeta cerca de 10 mil pessoas em áreas como Horto Florestal e Vila Inglesa.
Com a ventania ainda ativa, as equipes de emergência estão em alerta, esperando que as condições climáticas melhorem. A população é incentivada a reportar qualquer emergência pelo telefone 199 da Defesa Civil ou 193 do Corpo de Bombeiros.
Conclusão
O pedido de demolição do imóvel, além de uma ação necessária para evitar novas tragédias, serve como um alerta para a população e autoridades sobre a urgência de regulamentações em construções em áreas de risco. A dor pela perda de Cláudio Cândido Soares não deve ser em vão; que ela inspire ações que previnam futuras ocorrências e protejam vidas.

