Uma megaoperação realizada na Bahia e em outros cinco estados prendeu 35 pessoas na manhã de quinta-feira (11), incluindo o capitão da Polícia Militar, Mauro Grunfeld. Os suspeitos são acusados de pertencer a um grupo criminoso envolvido em tráfico de drogas, crimes patrimoniais, lavagem de dinheiro e disputas territoriais. A ação, denominada Megaoperação Zimmer, foi conduzida pela Polícia Civil com o apoio das polícias Militar e Federal e abrangeu os estados da Bahia, Sergipe, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco.
Contexto da operação
A operação foi desencadeada após a prisão de três indivíduos com quase uma tonelada de drogas em outubro de 2023, parte do material foi encontrado em um hotel de luxo em Salvador, e outra parte em um condomínio de alto padrão em Camaçari. A Polícia Civil identificou uma associação criminosa complexa responsável pela produção e distribuição de entorpecentes e pela lavagem de dinheiro através de várias empresas.
Durante a operação, foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão e 43 mandados de prisão. Além disso, a Polícia Civil solicitou o bloqueio de R$ 100 milhões e o sequestro de bens dos investigados. Os bairros mais atingidos na Bahia incluíram Graça, Engomadeira, São Marcos e Stella Maris, além de cidades como Camaçari, Lauro de Freitas, Feira de Santana e Porto Seguro.
O envolvimento do capitão Mauro Grunfeld
O capitão Grunfeld, que já foi condecorado como “policial militar padrão do ano de 2023”, foi preso em maio de 2024 e é suspeito de estar envolvido em um esquema de compra e venda de armas que abastecia facções criminosas na Bahia. A investigação, que revelou sua suposta participação, foi apoiada por conversas interceptadas em aplicativos de mensagens que revelam transações de armas.
Os diálogos mostram Grunfeld como um “contumaz negociador de armas e munições”. Em uma troca de mensagens, ele pediu e ofereceu armas, o que levantou preocupações sobre sua conduta como policial. Os investigadores descobriram que ele transferiu significativas quantias de dinheiro a Gleybson Calado do Nascimento, também policial militar e um dos principais operadores do esquema, que movimentou quase R$ 10 milhões entre 2021 e 2023.
Estilo de vida luxuoso
Apesar de ter um salário fixo de R$ 8 mil, o capitão ostentava um estilo de vida luxuoso, com posts em redes sociais que mostram passeios em iates, jantares em restaurantes caros e viagens internacionais. Isso levantou suspeitas futuras sobre a origem de seus bens.
Consequências da operação
A megaoperação e as prisões em série ocorreram em um momento tenso, evidenciando como o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro ainda desafiam as autoridades brasileiras. O capitão Grunfeld já enfrentou acusações anteriores, incluindo um caso de homicídio doloso em 2013, levantando questões sobre a necessidade de uma revisão interna das práticas dentro da Polícia Militar.
Além da operação em andamento, o capitão ainda é alvo de um inquérito relacionado à suspeita de homicídio doloso, ocorrido durante sua atuação como policial militar, mostrando que sua história é marcada por controvérsias e implicações legais complexas.
Perspectivas futuras
Com essas prisões, as autoridades esperam enfraquecer as redes ilícitas que atuam em todo o Brasil. A investigação continua e pode haver mais prisões à frente, à medida que as forças de segurança se empenham em desmantelar as organizações criminosas que estão prejudicando a segurança nas comunidades.
A sociedade observa a diferença entre a indicação de ter pessoas de dentro das forças armadas envolvidas em crimes, e o papel que a corrupção desempenha no fortalecimento do crime organizado. É essencial que a justiça seja feita, não apenas para punir os culpados, mas também para restaurar a confiança da população nas instituições públicas.
Em luta contínua contra o crime organizado, espera-se que os desdobramentos dessa megaoperação inspirem novas táticas e colaborações entre as agências de segurança pública no Brasil.
Mais informações sobre a operação e seus desdobramentos podem ser acessadas no site oficial do g1 Bahia.


