Brasil, 24 de dezembro de 2025
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ABI aciona judicialmente Hugo Motta por cerceamento à imprensa

No dia 11 de dezembro de 2025, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) anunciou que tomará três iniciativas jurídicas e institucionais contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A decisão surge após um episódio na sessão anterior, no qual jornalistas foram impedidos de realizar sua cobertura devido a “violências cometidas pela Polícia Legislativa”. Este cerceamento ocorreu durante uma tentativa do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) de obstruir os trabalhos da Casa.

A repressão ao trabalho dos jornalistas

Na última quarta-feira, a situação na Câmara dos Deputados se tornou tensa. Jornalistas que estavam presentes para documentar a votação sobre a cassação de Glauber Braga se depararam com a ação dos policiais legislativos, que tentaram expulsar os profissionais de imprensa do plenário e das galerias. A medida visava evitar o registro do momento em que Braga seria retirado do local, o que levantou preocupações sobre a liberdade de imprensa e a transparência no processo legislativo.

Em meio ao tumulto, sinais da TV Câmara foram cortados e a programação foi abruptamente interrompida, impossibilitando a transmissão ao vivo do que acontecia. Enquanto isso, repórteres eram empurrados pelos policiais legislativos, numa clara demonstração de abuso de poder. Ao serem questionados sobre suas ações, os policiais justificaram que era necessário abrir um corredor para permitir a passagem do deputado, mas acabaram agredindo os jornalistas presentes.

Ação da ABI e condenação das violações

Em resposta à gravidade dos fatos, a ABI delineou três ações contra Hugo Motta:

  1. Uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) por crime de responsabilidade, devido às violências ocorridas no interior da Câmara, que afetam o direito à liberdade de imprensa e de expressão;
  2. Um informe-denúncia internacional à Relatoria Especial de Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA;
  3. Uma representação na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados contra Motta, por quebra de decoro parlamentar e infração disciplinar.

“Diante da gravidade dos fatos narrados e das possíveis violações à liberdade de imprensa, ao direito à informação, à transparência pública e à integridade física de jornalistas e parlamentares, requer a Associação Brasileira de Imprensa a instauração de inquérito pelo Ministério Público Federal para apurar de forma rigorosa as circunstâncias e responsabilidades pelas condutas ocorridas no plenário da Câmara dos Deputados”, afirmou a ABI em sua representação, assinada pelo advogado Carlos Nicodemos.

A repercussão nas redes sociais

Após a confusão, Hugo Motta se manifestou nas redes sociais, afirmando que determinou a apuração de “possíveis excessos em relação à cobertura da imprensa”. A declaração gerou reações mistas entre os usuários, alguns apoiando a investigação, enquanto outros criticaram a sua postura diante das agressões aos jornalistas.

O caso não só reacende o debate sobre a liberdade de imprensa no Brasil, mas também destaca a necessidade de um ambiente seguro para jornalistas exercerem suas funções, especialmente em um momento em que a informação é mais crucial do que nunca. A ABI, assim como outras associações de imprensa, tem se posicionado firmemente contra qualquer tentativa de cercear a liberdade de expressão, vital para a democracia.

Vídeo do momento de cerceamento

Um vídeo que registra o cerceamento de jornalistas durante a sessão na Câmara foi divulgado nas redes sociais, e ele permite uma visão mais clara sobre os eventos que ocorreram. É possível observar, nas imagens, a determinação dos policiais em expulsar os jornalistas enquanto tentavam fazer a cobertura do incidente envolvendo o deputado Braga.

Este episódio reflete uma preocupação crescente sobre a proteção à liberdade de imprensa, um dos pilares fundamentais da democracia. A expectativa agora é que as iniciativas jurídicas tomadas pela ABI não apenas responsabilizem os envolvidos, mas também estabeleçam precedentes para a proteção dos profissionais da mídia no Brasil.

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