Brasil, 24 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Câmara dos Deputados suspende mandato de Glauber Braga por seis meses

Nesta  quarta-feira (10), o Plenário da Câmara dos Deputados tomou a decisão de suspender o mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) por seis meses. A votação ocorreu com 318 votos a favor, 141 contra e três abstenções. Nessa votação, foi rejeitada a cassação do parlamentar, permitindo que ele mantivesse seus direitos políticos.

A suspensão resulta de um incidente ocorrido em abril do ano passado, quando Glauber foi acusado de agredir Gabriel Costenaro, um membro do Movimento Brasil Livre (MBL). Na votação preliminar, a alternativa da suspensão foi escolhida em vez da cassação, que tornaria Glauber inelegível. O apoio à medida alternativa foi expressado por parlamentares de diferentes partidos, com 226 votos a favor e 220 contra.

Contexto da suspensão

A proposta de suspensão foi apresentada pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e contou com o respaldo de deputados de partidos como PSD e MDB. O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) reconheceu que Glauber cometeu um erro ao violar o Código de Ética, mas argumentou que a punição mais severa seria desproporcional. “Isso não é motivo de cassação”, defendeu Rocha.

A deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), apesar de se opor a Glauber, expressou que, em situações extremas, como ter uma mãe internada na UTI, a reação poderia ser compreensível. A rivalidade política não impediu que colegas reconhecessem a complexidade da situação. Da mesma forma, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) lembrou que Glauber errou e merecia algum tipo de punição, mas não a cassação de seu mandato.

Entretanto, o relator da matéria, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), defendeu a cassação, afirmando que o tema foi amplamente debatido nas comissões pertinentes e reiterou a importância de manter a rigidez do processo. Ele argumentou que o comportamento de Glauber não poderia passar sem uma resposta apropriada.

A defesa de Glauber Braga

Emocionado, Glauber protestou contra a possibilidade de perder seu mandato, explicando que o ato de agressão foi uma reação a ofensas direcionadas à sua mãe, que estava enferma. “Calar o mandato de quem não se corrompeu é sim uma violência”, destacou o parlamentar em seu discurso. O apoio de colegas como Chico Alencar (PSOL-RJ) enfatizou que, apesar do erro, não havia justificativa para a cassação do mandato.

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) pediu que os parlamentares refletissem sobre suas decisões, afirmando que a defesa da honra da mãe de Glauber não deveria ser comparada a casos anteriores, como o de Carla Zambelli. Em contrapartida, alguns como Kim Kataguiri (União-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG) defenderam a cassação, citando que Glauber não deveria ter reagido de maneira violenta, mesmo diante de provocações.

Histórico e repercussões

A situação de Glauber é ainda mais complexa considerando que, na terça-feira (9), ele havia sido expulso à força do plenário pela Polícia Legislativa, após ocupar a cadeira da presidência como forma de protesto contra a pauta que incluía seu pedido de cassação. O clima tenso no Legislativo reflete as divisões políticas profundas e a pressão de várias partes envolvidas.

Em abril do ano passado, o Conselho de Ética da Câmara já havia aprovado por 13 votos a cinco um parecer que recomendava a cassação de Glauber por quebra de decoro parlamentar. O partido Novo sustentou que o deputado havia agredido Costenaro durante um debate sobre a regulamentação da profissão de motoristas de aplicativo, enquanto Glauber argumentou que suas ações foram em resposta a provocações acumuladas.

A decisão da Câmara em suspender o deputado ao invés de cassá-lo representa uma vitória parcial para Glauber e seus defensores, mas também destaca as divisões e a controvérsia que cercam sua figura no cenário político atual.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes