Brasil, 9 de dezembro de 2025
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Senado aprova PEC do marco temporal para terras indígenas

Nesta terça-feira, o Senado brasileiro aprovou, em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Esta decisão, que gera controvérsias e tensões entre os Poderes, estabelece que os povos indígenas poderão reivindicar apenas aquelas terras que estivessem sob sua posse ou ocupação a partir de 5 de outubro de 1988, data de promulgação da atual Constituição Federal. A proposta agora será avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que deve julgar quatro ações relacionadas à sua constitucionalidade nesta quarta-feira.

Divisão nos votos e apoio político

A votação desta PEC evidenciou uma divisão clara entre os partidos. Os votos contrários vieram principalmente do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Social Democrático (PSD). O PT, que compõe a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, registrou oito votos contra a proposta, enquanto quatro senadores do PSD também se opuseram. Por outro lado, partidos como o PL e várias siglas do Centrão se uniram para apoiar a medida, assegurando a sua aprovação.

Os senadores do União, partido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também se mostraram alinhados à proposta, assim como os membros dos partidos Republicanos e Progressistas (PP), que votaram majoritariamente a favor. Essa aliança demonstra uma mudança significativa nas relações políticas, especialmente em um momento em que os partidos tentam definir suas posições em uma conjuntura política polarizada.

O contexto de tensão entre os Poderes

As últimas semanas têm sido marcadas por um aumento da tensão entre os Poderes Executivo e Judiciário, especialmente em relação à indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no STF. Além disso, a suspensão de trechos da lei de impeachment pelo ministro Gilmar Mendes intensificou a expectativa sobre a liberdade do Senado para votar a remoção de ministros do STF.

Com a aprovação da PEC do marco temporal, muitos se perguntam como será o desdobramento desta situação nas instâncias futuras. Os povos indígenas e suas representações já manifestaram preocupação com as possíveis implicações dessa decisão, que pode restringir ainda mais o acesso às terras que consideram sagradas e essenciais para sua cultura e modo de vida.

Como votaram os senadores

A seguir, apresentamos uma análise detalhada de como cada partido se posicionou durante a votação, refletindo suas orientações políticas e o debate atual sobre as terras indígenas.

Como votou cada partido

PARTIDOVOTOQUANTIDADE
MDBAbstenção1
MDBAusente3
MDBNão2
MDBSim5
NOVOSim1
PDTAusente1
PDTNão1
PDTSim1
PLSim13
PSBSim4
PTNão8
REPUBLICANOSSim5
UNIÃOSim4

Esses resultados da votação refletem não apenas a divisão política, mas também a divergência de visões sobre a questão das terras indígenas no Brasil. Com o STF prestes a analisar essa questão, o cenário político permanece tenso e sob vigilância, com a expectativa de que novas decisões possam impactar diretamente as políticas de demarcação de terras e os direitos dos povos indígenas.

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