No último domingo (7), a Biblioteca Mário de Andrade, considerada a segunda maior biblioteca do Brasil e um dos principais pontos culturais de São Paulo, foi palco de um audacioso roubo. Dois homens armados invadiram as instalações e roubaram obras valiosas de Henri Matisse e Candido Portinari, que faziam parte da exposição “Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade”, realizada em colaboração com o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Abaixo, exploramos os detalhes desse incidente alarmante que choca a comunidade cultural.
Como foi o roubo?
De acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o roubo ocorreu pela manhã, quando os criminosos renderam uma vigilante e um casal de idosos que visitava a biblioteca. Após render os visitantes, os ladrões se dirigiram à cúpula de vidro do prédio, onde colocaram documentos e um total de oito gravuras em uma sacola de lona. Eles então fugiram pela saída principal. A segurança do local agiu rapidamente, com vigilantes correndo em busca de ajuda de policiais militares que patrulhavam a região. Porém, os suspeitos não foram encontrados.
O que foi levado?
As obras roubadas incluem oito gravuras de Henri Matisse e cinco gravuras de Candido Portinari, sendo todas elas parte da destacada exposição mencionada anteriormente. As gravuras de Matisse que foram levadas incluem “O palhaço (Le clown)”, “O circo (Le cirque)”, e “O engolidor de palavras (L’avaleur de sabres)”, entre outras. As ilustrações de Portinari incluem as obras da famosa “Menino de Engenho”. Essas peças eram consideradas de alto valor cultural e financeiro.
Quem são os artistas das obras roubadas?
Candido Portinari é amplamente reconhecido como um dos mestres da pintura brasileira e possui várias obras renomadas, além de uma trajetória marcada pelo engajamento social. Henri Matisse, por sua vez, é um ícone da arte moderna francesa, conhecido por seu estilo vibrante e revolucionário que influenciou gerações de artistas. A perda dessas obras não é apenas um golpe financeiro, mas também um empobrecimento cultural significativo para a cidade.
O que se sabe sobre os ladrões?
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, revelou que as câmeras de segurança do programa Smart Sampa, que emprega tecnologia de reconhecimento facial, identificaram os ladrões e que estão sendo procurados pela polícia. Entre os registros, capturou-se imagens deles caminhando pela Rua João Adolfo, portando as obras roubadas. O uso de tecnologia na investigação pode ser um fator crucial para a resolução deste caso.
O que disseram as autoridades?
A SSP informou que a Polícia Civil está realizando diligências para identificar e prender os homens responsáveis pelo roubo. A ocorrência foi registrada na 2ª Delegacia de Polícia (Bom Retiro) e está sendo investigada pela 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco). Além disso, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa garantiu que as obras estavam seguradas e que está colaborando com as autoridades fornecendo todo o material que possa ajudar na investigação.
Qual é a importância da Biblioteca Mário de Andrade?
A Biblioteca Mário de Andrade não é apenas um lugar de armazenamento de livros; é um símbolo cultural que representa a história e a evolução da literatura e da arte no Brasil. Completando 100 anos em fevereiro, a biblioteca atraiu mais de 207 mil visitantes no ano passado, tornando-se um ponto de encontro vital para a promoção literária e artística. Chamado de “mãe das bibliotecas” no país, ela desempenha um papel vital na educação e no acesso à cultura.
Foi o primeiro roubo na Biblioteca Mário de Andrade?
Infelizmente, este não é o primeiro incidente de roubo na Biblioteca Mário de Andrade. Em 2006, doze valiosas gravuras do século 19 foram furtadas do local e recuperadas apenas em 2024 pela Polícia Federal, mostrando que os desafios de segurança em instituições de valor cultural são persistentes.
O roubo mais recente não apenas impacta a segurança de um dos principais espaços culturais de São Paulo, mas também levanta a questão da proteção e conservação do patrimônio artístico. Com os ladrões ainda foragidos e as obras desaparecidas, a esperança é que a polícia consiga recuperá-las e responsabilizar os envolvidos pelo crime.

