Brasil, 8 de dezembro de 2025
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Mulher trans é morta por motorista em Luís Eduardo Magalhães

Na noite de sábado (6) em Luís Eduardo Magalhães, município do oeste da Bahia, Rhianna Alves, uma mulher trans de apenas 18 anos, foi brutalmente estrangulada e morta por um motorista de aplicativo. O crime gerou grande comoção e revolta, especialmente após as circunstâncias em que o suspeito foi liberado após confessar o homicídio, alegando legítima defesa.

O crime e as circunstâncias

De acordo com as autoridades da Polícia Civil da Bahia (PCBA), o crime ocorreu quando Rhianna e o motorista, um jovem de 19 anos, estavam em um encontro. Eles haviam saído da cidade vizinha, Barreiras, com Rhianna realizando um programa com o motorista. Durante o trajeto, um desentendimento surgiu, e a vítima teria ameaçado o motorista, insinuando que o denunciaria por abuso.

O jovem alegou que, em meio à luta corporal, aplicou um golpe de “mata-leão” em Rhianna, que não sobreviveu. Depois do crime, em vez de buscar ajuda imediatamente, o motorista dirigiu até a porta da delegacia local e, estranhamente relaxado, pediu socorro, informando sobre o ocorrido. Infelizmente, quando a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou, constatou que Rhianna já estava morta.

Investigação e implicâncias jurídicas

A Polícia Civil esclareceu que o motorista foi ouvido e, devido à sua confissão e a sua apresentação espontânea, foi liberado. Em um comunicado oficial, a PCBA garantiu que o caso está sendo investigado minuciosamente e que foram expedidas as guias periciais, além de depoimentos de testemunhas.

“Estamos realizando todas as diligências necessárias para esclarecer os fatos e buscar justiça para a vítima”, diz a nota da polícia.

O motorista, em depoimento, afirmou que agiu em legítima defesa, alegando ter se sentido ameaçado quando Rhianna fez um movimento em direção à sua bolsa, como se fosse pegar algo. Essa alegação tem gerado discussões acaloradas sobre as possíveis razões do crime e sobre como a Justiça está tratando casos que envolvem vítimas da comunidade LGBTQIA+.

A repercussão nas redes sociais

O caso rapidamente viralizou nas redes sociais, onde muitos expressaram indignação tanto pela brutalidade do crime quanto pela aparente impunidade do autor. A irmã de Rhianna, Drycka Santana, fez um apelo emocionado à Justiça, lamentando a perda da jovem e a decisão de libertação do suspeito.

“Levaram minha irmã a troco de nada. Eu aposto que aquele infeliz está vendo minhas postagens no sofá da sua casa rindo”, desabafou Drycka em uma de suas publicações.

Além disso, a família de Rhianna organizou uma campanha para arrecadar fundos para o sepultamento da jovem, evidenciando a dificuldade enfrentada pela família neste momento de dor. Em suas declarações, Drycka destacou a importância de Rhianna em sua vida e como sua morte representa uma perda irreparável para todos que a amavam.

O papel do Ministério Público na investigação

O Ministério Público da Bahia (MPBA) também se manifestou sobre o caso, informando que está acompanhando as investigações e que tomará as providências adequadas assim que todas as informações necessárias sejam analisadas.

Esse tipo de crime, que atinge uma minoria já historicamente marginalizada, traz à tona questões urgentes relativas à violência contra a comunidade LGBTQIA+ no Brasil. Casos como o de Rhianna não são isolados e refletem a necessidade de um olhar mais atento das autoridades e da sociedade em geral sobre a proteção e os direitos de todos os cidadãos, independentemente de sua identidade de gênero ou orientação sexual.

Conclusão

A morte de Rhianna Alves é um triste lembrete da violência que ainda permeia a vida de pessoas trans no Brasil. A sociedade e as autoridades têm um papel crucial na busca por justiça, garantindo que casos como esse não fiquem impunes e que sejam tomadas ações eficazes para prevenir futuras tragédias. A luta pela equidade e respeito à diversidade deve continuar em todos os âmbitos, desde a educação até a legislação.

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