Marjorie Taylor Greene afirmou que membros do Partido Republicano, outrora aliados próximos de Donald Trump, zombaram dele por trás das câmeras e agora temem se posicionar abertamente, em sua primeira entrevista desde anunciar sua intenção de renunciar ao Congresso em janeiro.
Rejeição e crise de lealdade no Partido Republicano
A deputada da Geórgia destacou que, enquanto Trump mantém um forte apoio entre seus seguidores, muitos congressistas agora têm medo de se opor ao ex-presidente, temendo reações negativas nas redes sociais. Greene declarou: “Passei a observar muitos colegas fazerem piada de Trump, de como ele fala, e até de mim, por apoiá-lo. Agora, com sua vitória na prévia de 2024, todos começaram a agir como se fossem seus maiores fãs”.
Ela também criticou a relação deteriorada com Trump após discordar dele sobre a divulgação dos arquivos de Jeffrey Epstein. Ela apoiou publicamente a liberação integral dos documentos, enquanto Trump inicialmente minimizou a questão, chamando-a de “fake news” democrata. Essa postura levou a uma rejeição pública por parte do ex-presidente, que chegou a chamá-la de “traidora” e “vergonha” do Partido Republicano.
Diferenças na política e consequências internas
Greene revelou que Trump ficou “extremamente irritado” com sua decisão de assinar uma petição para liberar os arquivos, alegando que isso “iria prejudicar as vítimas” do caso Epstein. “Acredito que as sobreviventes merecem a verdade. Trump ficou furioso comigo, disse que isso iria causar dano”, contou a deputada.
Início da racha na relação
Embora o episódio dos arquivos tenha acelerado o rompimento, Greene já tinha mostrado divergências com Trump anteriormente, principalmente ao criticar sua postura em assuntos como o fechamento do governo e sua atuação na política externa, defendendo uma abordagem mais centrada nos interesses americanos.
Perspectivas futuras e impacto na política
Em seu anúncio de renúncia, Greene destacou um cenário político cada vez mais fragmentado e instável, prevendo que muitos republicanos permanecem reticentes em apoiar Trump para evitar represálias internas ou críticas públicas.
Analistas avaliam que a discordância de Greene reflete uma crise de lealdade mais ampla no partido, à medida que Trump continua a polarizar a base enquanto enfrenta desafios legais e políticos. A disputa coloca em xeque a unidade dos republicanos rumo às próximas eleições presidenciais.


