Brasil, 8 de dezembro de 2025
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Líderes religiosos pedem fim das execuções em Tennessee

Abalados por um histórico de condenações, líderes de várias confissões em Tennessee solicitaram ao governo estadual o encerramento das execuções e a abolição da pena de morte. O apelo foi feito em uma coletiva de imprensa realizada na manhã de 8 de dezembro, promovida pela organização Tennesseans for Alternatives to the Death Penalty (TADP).

Fé, dignidade e oposição à pena de morte em Tennessee

O presidente da Tennessee Catholic Conference (TCC), Rick Musacchio, afirmou que a oposição à pena de morte tem raízes na tradição do ensinamento social da Igreja Católica, que valoriza a vida desde a concepção até o seu fim natural. “A pena de morte é uma afronta a esses valores do Evangelho”, declarou.

Segundo Musacchio, essa postura é compartilhada por todos os papas recentes, incluindo João Paulo II, que chegou a classificar as execuções como “desnecessárias”e “antitéticas ao Evangelho”.“A sociedade moderna tem meios de punir criminosos graves sem recorrer à execução, e a Igreja sempre defendeu essa visão”, destacou, citando também o Papa Bento XVI e o Papa Francisco.

Organizadores do movimento lembraram que, apesar de a pena capital ser legal no estado, organizações como a TADP atuam para promover a educação e conscientização, defendendo a abolição da prática e a valorização da vida.

Vozes de fé por reconciliação e compaixão

Rev. Sherard Edington, representante do Presbytery de Middle Tennessee, enfatizou que a fé cristã chama por perdão e cura: “Devemos buscar reconciliação ao invés de vingança”. Ele argumentou que, mesmo na prisão perpétua, há chances de transformação, enquanto a pena de morte a elimina para sempre.

Jasmine Woodson, diretora da Tennessee Conservatives Concerned About the Death Penalty, destacou os riscos do uso da pena de morte, incluindo o aumento do poder estatal, possíveis erros irreversíveis, altos custos e a impossibilidade de arrependimento dos condenados.

Pedido para suspender execução de Harold Wayne Nichols

Na lista de pedidos está a suspensão da execução de Harold Wayne Nichols, marcada para 11 de dezembro. Condenado pelo assassinato e estupro de Karen Pulley em 1988, Nichols demonstrou remorso e tomou responsabilidade por seus atos ao longo de mais de 35 anos de prisão.

Organizações religiosas ressaltam que Nichols tem mostrado uma transformação significativa, apoiada até mesmo pela mãe de Karen, que afirmou ter perdoado o condenado e incentivado sua mudança de vida. Juízes de fé também se manifestaram contra a pena de morte, reforçando que punições alternativas podem garantir justiça sem abrir mão da compaixão.

Bishops de Tennessee reiteram apelo pela abolição

Em novembro, os três bispos do estado – J. Mark Spalding (Nashville), David P. Talley (Memphis) e Mark Beckman (Knoxville) – emitiram uma declaração conjunta em que reafirmam a postura contrária à pena de morte. “A Igreja Católica defende a sacralidade de toda vida humana, inclusive de quem comete crimes graves”, afirmam. “A pena de morte nega a dignidade de Deus presente em cada pessoa e impede o perdão e a redenção”, acrescentaram.

Os bispos ressaltam que essa prática impede a possibilidade de arrependimento e pede uma moratória definitiva no estado para a prática, além de solicitar a abolição da pena capital na legislação estadual.

Com a data marcada para a execução de Nichols, a pressão de líderes religiosos continua forte, reforçando a narrativa de que a misericórdia e o respeito à vida devem prevalecer sobre a vingança estatal.

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