A investigação da morte da influenciadora digital Bárbara Jankavski Marquez, conhecida como “Barbie humana”, foi transferida para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo. A decisão, tomada na sexta-feira (5), ocorre em meio a indícios que sugerem que a jovem, de 31 anos, pode ter sido assassinada, apesar das autoridades inicialmente acreditarem que sua morte foi acidental. O Ministério Público e a defesa da família levantaram questionamentos sobre a natureza das lesões encontradas no corpo da influenciadora, argumentando que elas indicam violência física.
Investigação que ganhou nova direção
O caso de Bárbara estava sob a jurisdição do 7º Distrito Policial na Lapa, onde a morte foi inicialmente considerada acidental devido ao uso de cocaína. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a influenciadora sofreu um infarto em decorrência da substância, e não constatou relações das lesões covenhidas a possíveis agressões. Entretanto, familiares e amigos de Bárbara não se sentiram satisfeitos com essa conclusão. Eles alegaram a presença de marcas de violência em partes distintas do corpo, como nos olhos, pescoço e pernas, e solicitaram uma reanálise do caso.
O DHPP agora tem um prazo de 60 dias para dar continuidade às investigações. A situação já havia mudado anteriormente, uma vez que o caso foi encaminhado da Vara Criminal para a Vara do Júri, que lida especificamente com casos de homicídio. Essa mudança indica a seriedade com que as autoridades estão tratando a situação.
O contexto da morte da influenciadora
Bárbara Jankavski Marquez foi encontrada morta no dia 2 de novembro, na residência do defensor público Renato De Vitto, de 51 anos. O relato de Renato indicou que ele contratou Bárbara como acompanhante, e que ambos teriam usado cocaína antes de ela adormecer. De acordo com o seu testemunho, ele tentou reanimá-la por nove minutos até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde foi confirmada a morte.
Segunda uma amiga de Renato, Bárbara teria caído e se machucado, fato que poderia explicar as lesões observadas. Embora essa versão tenha sido apresentada, a inquietação da família e do Ministério Público resultou em um novo direcionamento da investigação, sinalizando que talvez houvesse mais detalhes a serem explorados pela polícia.
As redes sociais de uma ícone polêmica
Bárbara, que acumulava mais de 400 mil seguidores nas redes sociais, era famosa por suas mudanças físicas. Conhecida como “Boneca Desumana”, a influenciadora passou por 27 cirurgias plásticas, investindo mais de R$ 300 mil para se assemelhar à famosa boneca Barbie. Sua presença online não apenas atraiu fãs, mas também críticos que questionavam os padrões de beleza promovidos por ela.
A situação de sua morte traz à tona um debate mais amplo sobre os efeitos das redes sociais na saúde mental e física dos influenciadores e de seus seguidores. Detalhes sobre suas cirurgias e a busca pela perfeição estética são frequentemente abordados por outros influenciadores, mas o trágico desfecho da vida de Bárbara serve como um alerta sobre os riscos associados a esses padrões.
Reflexão sobre a cobertura midiática e o impacto social
A morte de Bárbara Jankavski Marquez não só chocou seus seguidores, mas também destaca a necessidade de refletirmos sobre como as narrativas de beleza e sucesso podem impactar a vida dos indivíduos. O caso a levou a uma discussão sobre responsabilidade na plataforma e a pressão que muitos influenciadores enfrentam para se manterem relevantes em um mundo competitivo e muitas vezes tóxico.
À medida que a Justiça avança nas investigações, a esperança é que a verdade sobre as circunstâncias de sua morte venha à tona, trazendo um certo fechamento não apenas para a família, mas também para todos os que se sentiram conectados à vida da influenciadora.
A sociedade aguarda ansiosamente por novas informações que possam ajudar a esclarecer os mistérios em torno da morte de uma jovem que, em vida, se esforçou para moldar sua identidade à imagem de uma figura icônica, mas que agora se tornou um símbolo de questões mais profundas e complexas que envolvem a fama e a pressão social.
