A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está em alerta após identificar um grupo suspeito de invasão ao sistema do Departamento de Trânsito (Detran). O objetivo da ação criminosa era obter credenciais para realização de fraudes, como emplacamentos indevidos, desbloqueio de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH), cancelamento de multas e desvinculação de débitos. A situação levantou preocupações sobre a segurança digital de órgãos públicos no DF.
Operação Código Fantasma
Na manhã desta segunda-feira (8), a PCDF deu andamento à segunda fase da Operação Código Fantasma, que resultou na apreensão de diversos aparelhos eletrônicos destinados à perícia. As apreensões foram realizadas nas regiões de Riacho Fundo e Samambaia, onde os investigadores encontraram os dispositivos conhecidos como “MICROTIKs”, usados para invadir os sistemas do Detran. Este tipo de equipamento permite acessos não autorizados e levantou suspeitas sobre a vulnerabilidade da infraestrutura digital dos órgãos governamentais.
Identificação dos suspeitos
Até o momento, a polícia identificou dois suspeitos diretamente envolvidos na operação, um homem de 24 anos e uma mulher de 34 anos. Intrigantemente, a mulher estava vinculada a um órgão que prestava serviços ao governo do DF, o que levanta questões sobre a integridade nas relações contratuais entre o poder público e empresas prestadoras de serviço. Apesar das evidências apresentadas pelas investigações, ambos não foram presos. A PCDF solicitou a prisão dos suspeitos, contudo, o Judiciário indeferiu o pedido, mesmo com a autorização do Ministério Público do DF.
Funcionamento do esquema fraudulento
As investigações iniciais revelaram que os suspeitos utilizavam os dispositivos MICROTIKs para realizar invasões nos sistemas do Detran e obtinham dados de credenciais. A ação criminosa não se limitou a um único tipo de fraude; segundo informações apuradas, o grupo conseguiu acessar informações que possibilitavam o emplacamento ilegal de veículos, o que agrava ainda mais a situação do setor de transporte na região.
Os registros indicam que pelo menos três desses aparelhos foram localizados em unidades do Detran e em órgãos parceiros, mostrando a extensão do problema e a necessidade urgente de reforçar a segurança dos sistemas digitais da administração pública. A primeira fase da Operação Código Fantasma, realizada na semana anterior, havia focado em desmantelar um grupo criminoso que se dedicava a emplacamentos ilegais de caminhões, revelando a complexidade e a organização do crime no DF.
Repercussão e próximos passos
A operação gerou grande repercussão entre os cidadãos da região, que se mostram preocupados com possíveis impactos sobre a segurança de seus dados pessoais e a eficácia dos serviços prestados pelo Detran. A PCDF está empenhada em identificar todos os envolvidos e ampliar a investigação para alcançar possíveis conexões com outros crimes cibernéticos.
A continuidade da Operação Código Fantasma poderá trazer novos desdobramentos e é essencial que as autoridades sigam investigando para garantir a proteção da população e a integridade dos sistemas utilizados pelos serviços públicos. Enquanto isso, a população é orientada a manter atenção redobrada às comunicações oficiais e a reportar qualquer atividade suspeita relacionada ao Detran ou outros órgãos públicos.
Para mais informações sobre a situação e desdobramentos futuros, continue acompanhando as notícias no g1 DF e fique por dentro das atualizações sobre a segurança digital e investigações em andamento.


