Brasil, 8 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Gastos excepcionais elevam previsão de rombo fiscal até 2026

As exceções aos limites de gastos públicos, autorizadas pelo arcabouço fiscal aprovado em 2023, devem superar R$ 170 bilhões até o fim de 2026, ano em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscará sua reeleição. Essa estimativa reforça a preocupação de especialistas com a credibilidade da política fiscal do país.

Impactos das exceções nas contas públicas

Nos últimos meses, aproximadamente R$ 15 bilhões foram adicionados às despesas do governo e do Congresso, por meio de iniciativas que beneficiam estatais em crise, como os Correios, e as Forças Armadas. Essas medidas ameaçam a credibilidade do planejamento fiscal, impactando indicadores de dívida pública, inflação e juros.

Déficit primário e metas fiscais

Segundo cálculos da Instituição Fiscal Independente (IFI), quase R$ 2 bilhões de despesas relacionadas a saúde e educação, custeadas pelo Fundo Social, ainda podem ser deduzidos da meta fiscal caso o projeto aprovado pelo Senado Federal receba aval da Câmara dos Deputados. Na prática, o governo já estaria gastando valores elevados sem refletir na meta de superávit de 0,25% do PIB em 2026, que equivale a cerca de R$ 34 bilhões, mesmo descontando as exceções.

A deterioração da credibilidade fiscal

Especialistas alertam que o uso frequente de dispensa de limites de gastos, por exemplo, para cobrir despesas emergenciais, como enchentes, ou sustentar a crise de estatais como os Correios, corrói a transparência na contabilidade oficial. Essa prática acaba por ampliar a dívida pública e aumentar as taxas de juros, devido à necessidade de conter a inflação.

Conteúdo das exceções e prejuízos à política fiscal

As despesas com segurança, saúde, educação e dívidas judiciais estão entre as principais justificativas para a flexibilização do teto de gastos. Para o analista Tiago Sbardelotto, da XP Investimentos, o resultado primário está “completamente deturpado por essas exclusões”, o que compromete a avaliação real da situação fiscal do país.

Projeções para 2026 e riscos futuros

O governo planeja alcançar um superávit de 0,25% do PIB em 2026, mas a persistência de exceções pode transformar essa meta em uma “ficção”, segundo especialistas. Se considerarmos as deduções aprovadas, o déficit pode chegar a R$ 38 bilhões, podendo chegar a R$ 40 bilhões com a inclusão de despesas de saúde e educação apoiadas pelo Fundo Social.

O impacto total das exclusões na meta fiscal, incluindo despesas de estatais e gastos emergenciais, pode superar R$ 90 bilhões em 2026, um volume quase duas vezes maior que o valor das deduções deste ano, estimado em R$ 48,7 bilhões. Essas cifras revelam a fragilidade do regime fiscal brasileiro, que se desvia de regras estabelecidas para manter a estabilidade econômica.

Consequências e opiniões de especialistas

Para a analista de contas públicas João Leme, da Tendências Consultoria, a situação das estatais, como os Correios, mostra a vulnerabilidade do país em relação às regras fiscais. “O peso da crise das estatais, mesmo com déficit recorde, é pequeno frente ao gasto total do governo, que inclui a Previdência, superior a R$ 1 trilhão por ano”, afirma.

Já o diretor da IFI, Alexandre Seijas, critica o que chama de “contabilidade criativa” adotada para contornar o teto de gastos, ressaltando que a prática prejudica a credibilidade da política fiscal e gera custos reputacionais ao governo.

Para mais detalhes, acesse a reportagem completa.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes