Após oito anos na Meta, a executiva americana Elena Winters mudou de lado ao passar a atuar na atração de grandes empresas de tecnologia para os data centers da brasileira Elea. Recém-contratada como vice-presidente de negócios internacionais, ela ficará baseada em Seattle e terá como uma das prioridades promover o Rio AI City, centro de processamento de dados criado no Parque Olímpico com apoio da Prefeitura do Rio.
O papel de Elena Winters na conexão com ‘hyperscalers’
Ela dividirá sua missão entre conectar os data centers da Elea às grandes empresas de tecnologia, conhecidas como “hyperscalers”. Essas Big Techs oferecem infraestrutura de nuvem em larga escala e estão cada vez mais interessadas em aproveitar a energia renovável e acessível do Brasil. “Minha missão é trabalhar a relação com essas empresas, que buscam parceiros confiáveis e capacidade de entrega”, explica Elena, que chega com experiência no setor de infraestrutura de data centers ao redor do mundo.
O impacto do projeto Rio AI City
Segundo ela, o Rio AI City oferece uma oportunidade única de envolver as empresas de tecnologia em crescimento no Brasil, especialmente com o aumento da demanda por inteligência artificial (IA). A previsão é que, em breve, o mercado brasileiro começará a experimentar uma evolução acelerada na IA, assim como ocorre nos Estados Unidos. “Esse projeto pode ajudar o Brasil a se consolidar como um player relevante na infraestrutura de IA”, destaca Elena.
Perspectivas de mercado e desafios
Ela afirma que o Brasil possui um diferencial importante: uma matriz energética altamente renovável, com vento, sol e água, que pode atrair empresas preocupadas com metas de sustentabilidade. No entanto, também aponta desafios, como gargalos na infraestrutura de distribuição e transmissão de energia elétrica, questões que também afetam os EUA.
O papel do Redata na atração de investimento
Para Elena, o projeto do Redata será determinante na decisão de instalação de data centers. “Ao oferecer energia renovável mais barata e uma infraestrutura moderna, o Redata abre portas para que as hyperscalers avaliem o Brasil como um destino positivo para seus investimentos”, afirma.
Construção de uma estratégia de atração
Ela revela que seu trabalho será centrado em conquistar a confiança das empresas por meio de parcerias sólidas, destacando que o Brasil ainda possui potencial para se tornar uma potência de data centers de IA. “Não acreditamos que o país tenha perdido essa oportunidade, pelo contrário, há uma janela de oportunidade aberta, e só precisamos de parceiros alinhados”, comenta.
Entrada de data centers e o crescimento do mercado brasileiro
O crescimento do mercado de data centers no Brasil começou com as conexões de cabos submarinos, especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Agora, o setor busca expandir sua presença para outras regiões do país, com o início de operações em cidades do interior e no Norte, onde o crescimento via IA e infraestrutura de nuvem já é uma realidade nos EUA. “Estamos no limiar de uma nova fase, com crescimento acelerado no uso de IA no Brasil”, reforça Elena.
Sensibilidade ao impacto ambiental
Sobre a preocupação com o impacto ambiental dos data centers, ela explica que a vantagem brasileira é o acesso a energia renovável. “Apesar de alguns problemas, o Brasil oferece uma matriz energética que é um diferencial frente a outros mercados”, afirma. A preocupação com sustentabilidade nos hyperscalers é crescente, e a energia limpa brasileira pode ajudar a mitigar essas questões.
No último aspecto, Elena reforça a importância do projeto Rio AI City como catalisador para o desenvolvimento de infraestrutura de tecnologia avançada no Brasil. “Com o apoio certo e os parceiros adequados, o país tem tudo para se consolidar como um hub global de IA e data centers”, conclui.
